A Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em 16 capitais, apontou, em agosto, alta em todas as cidades acompanhadas.
A maior parte dos produtos pesquisados registrou elevação de preços. De acordo com o Dieese, Natal (9,62%), Fortaleza (8,18%), Belo Horizonte (8,14%) e Salvador (6,56%) foram as cidades com maiores elevações.
Porto Alegre, embora tenha registrado uma das menores variações (alta de 2,70%), continua a ter o maior custo para a cesta básica (R$ 206,39). São Paulo (R$ 193,04), Rio de Janeiro (R$ 182,14) e Florianópolis (R$ 180,63) estão na sequência. As cestas com menor custo foram encontradas em Fortaleza (R$ 141,53), Salvador (R$ 146,93) e Recife (R$ 149,26).
Em todas as localidades o custo da cesta neste ano supera o apurado em agosto de 2006, em percentuais sempre maiores que o reajuste de 8,57% concedido para o salário mínimo.
O valor estimado para o salário mínimo necessário para comprar a cesta básica, considerando-se todos os outros gastos de uma família, é de R$ 1.733,88, 4,56 vezes o mínimo vigente, de R$ 380. Em julho, o valor do salário mínimo necessário era bem menor, situando-se em R$ 1.688,35, e correspondia a 4,44 vezes o mínimo em vigor.
Acumulada
Entre janeiro e agosto de 2007, também houve elevação no preço dos gêneros essenciais em todas as capitais. As maiores altas ocorreram em Natal (15,52%), João Pessoa (12,97%), Recife (12,96%) e Porto Alegre (10,83%).
Os menores aumentos acumulados foram apurados em Goiânia (2,20%), Belo Horizonte (2,39%), Brasília 2,54%) e Belém (2,85%).
Pressões
Segundo o Dieese, a maior parte dos produtos que compõem a cesta básica manteve, em agosto, tendência de alta. O tomate destacou-se por ter subido nas 16 cidades pesquisadas, tanto na comparação mensal quanto anual. A seca registrada em regiões produtoras provocou elevação nos custos.
Já o leite subiu em 15 localidades em agosto e nas 16 cidades pesquisadas no comportamento anual. Dentre os aumentos apurados no último mês, os mais significativos ocorreram em Salvador (28,97%), Aracaju (21,49%) e Natal (15,00%). A única taxa negativa foi apurada em Belo Horizonte (-1,42%).
Nos últimos meses, o leite registrou aumentos expressivos causados pelo período de entressafra acentuada pela escassez de chuvas e pelo crescimento da demanda interna e externa, além de haver ocorrido abate de matrizes.
A carne, item de maior peso na cesta básica, teve alta, em agosto, em 13 cidades, com os movimentos mais fortes verificados em Belo Horizonte (10,30%), Belém (7,80%) e Natal (7,17%). Em 12 meses, 15 localidades registraram elevação.
FoOn