O prazo para entrar em vigor a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que obriga os motoristas a passarem por exame antidrogas para obter ou renovar a Carteira Nacional de Habilitação foi prorrogado. Prevista para ser colocada em prática até julho deste ano, a medida deverá começar a valer a partir de 1º de setembro e é válida para as categorias C, D e E – caminhões pequenos, ônibus e vans. O Detran-MT (Departamento de Trânsito de Mato Grosso) informou que ainda aguarda a homologação, por parte do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), dos laboratórios no estado que farão a coleta do material dos motoristas.
“Só depois disso é que poderemos credenciar os laboratórios. Por enquanto, ainda não fizemos nada porque precisamos dessa homologação antes”, disse Rosane Suzin, coordenadora de Exames do Detran-MT. A resolução determina que seja feito exame toxicológico para detectar substâncias como o 'rebite' (anfetamina e metanfetamina), cocaína, maconha e outras drogas. Segundo o Contran, o objetivo é dar mais segurança no trânsito, impedindo que usuários de entorpecentes consigam obter a permissão para dirigir.
O exame deverá detectar substâncias usadas em período de três meses, e vai ser feito com fio de cabelo ou com a unha, ao custo de aproximadamente R$ 290. Os procedimentos poderão detectar ainda ópio, codeína, morfina, heroína e ecstasy.
Porém, segundo a resolução, a identificação dessas substâncias não vai, automaticamente, impedir que o motorista consiga obter a CNH. Isso porque ele poderá estar tomando remédio, sob prescrição médica, que contenha algum elemento detectado pelo exame. Nesses casos, o condutor será submetido a avaliação médica, que deverá emitir laudo final de aptidão.
Conforme estudos da Polícia Rodoviária Federal (PRF), as principais ocorrências de acidente envolvendo veículos grandes acontecem à noite e com motoristas suspeitos de terem feito uso de substâncias psicoativas.
De acordo com o Contran, pesquisa feita pelo Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso com motoristas profissionais revela que 30% dos caminhoneiros usam frequentemente alguma substância ilícita. As mais consumidas são anfetaminas, cocaína e crack. Os condutores dizem que usam essas substâncias para se manterem acordados e conseguirem trabalhar por mais tempo.
G1-MT