O PPS inicia a partir desta semana, em todo o Brasil, um amplo processo de reestruturação da legenda que tem como ponto de partida a punição e até expulsão de filiados e detentores de mandato que apoiaram candidatos de outras siglas e coligações nas eleições de 2010. Para isso, o partido aprovou resolução no último final de semana, em reunião do Diretório Nacional, em Brasília, que estabelece todos os passos do processo contra os militantes que desrespeitaram o Estatuto e feriram a questão da fidelidade partidária. Além das punições individuais, diretórios do PPS considerados infiéis poderão ser dissolvidos em todos os estados e no Distrito Federal. Em Mato Grosso, segundo o secretário geral, Antônio Carlos Máximo, o trabalho de reestruturação já começou.
Segundo o secretário-geral da legenda, deputado federal eleito Rubens Bueno (PR), a reestruturação é fundamental para a preparação do partido rumo às eleições municipais de 2012. “Essa medida sinaliza claramente que o PPS será reestruturado em todo o Brasil com aqueles que defendem o partido, seu programa e têm compromisso com nossos candidatos nas eleições”.
Antonio Carlos Máximo, que esteve na reunião do diretório nacional, disse que a sigla em Mato Grosso terá 30 dias para averiguar a situação em todos os municípios onde o PPS está organizado ou possui detentor de mandatos: Prefeitos, vice e vereadores. Ele considera que o partido não terá dificuldades de fazer este raio-x da sigla no estado, pois já vem trabalhando desde o fim da eleição essa reestruturação partidária baseada na fidelidade partidária.
“De certa forma já havíamos antecipado a resolução, pois há 60 dias solicitamos para todos os municípios informações a respeito do apoio do partido local à Chapa Aprovada em convenção. A maioria já deu retorno e, agora, nós estamos preparando toda essa documentação para apreciação do Diretório”, informou.
Conforme ele, a reunião do diretório poderá ocorrer ainda este ano. Na ocasião, além de apreciar toda a documentação, deverão ser aprovadas as reestruturações onde ela se fizer necessária. “Queremos, para 2012, um partido forte e coeso em todos os municípios, composto de filiados cujos interesses partidários estejam acima dos interesses pessoais. Não adianta termos muitos prefeitos e vereadores que, no momento das eleições, apoiam outras candidaturas”, justificou, complementando que a questão não é de ordem moral e sim, de ordem política, de resultados.
Na última eleição, aconteceram casos em que candidatos da legenda tiveram em um município menos votos do que o número de filiados ao partido. “Isso mostra um descompromisso total com o partido. O PPS não é refúgio para oportunistas políticos que elevam seus projetos pessoais acima dos interesses da legenda. Sempre defendemos uma reforma política que valorize os partidos e não aceitamos esse tipo de postura”, lembra o secretário-geral, destacando ainda que partiu do PPS a iniciativa que levou o STF (Supremo Tribunal Federal ) a se manifestar sobre a fidelidade partidária e barrar o “troca-troca” partidário.
Rubens Bueno ressalta ainda que o processo de reestruturação do partido culminará com a realização do XVII Congresso Nacional nos dias 9, 10 e 11 de dezembro de 2011, quando será definida toda a estratégia a ser adotada pela legenda nas eleições municipais de 2012.
Expulsão – O primeiro alvo da ação do PPS contra a infidelidade partidária foi o prefeito Gustavo Reis, de Jaguariúna (SP), desligado do partido no último final de semana durante reunião do Diretório Nacional, em Brasília. Reis manifestou publicamente seu apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) a presidente, contrariando decisão do PPS de se coligar a José Serra (PSDB).
