Líderes do PP no Estado ameaçam romper com acordos prévios selados com o PMDB em Sinop e Rondonópolis caso o partido não aceite a condição de aliado em chapas encabeçadas pelo PP em outros municípios. O recado maior se centra em Cuiabá, onde o PP nutre a candidatura do deputado estadual Walter Rabello.
Na semana passada, o PMDB fechou o respaldo à candidatura à reeleição de Wilson Santos (PSDB). “O que o PP defende é que ocorra uma conversação em via de mão dupla. Até agora, o PMDB só nos procurou em busca de apoio a seus projetos. Mas se ele fecha as portas para discutir na principal cidade do Estado, temos também que rever Sinop e Rondonópolis”, alfineta o deputado estadual José Riva (PP).
Ele descreve que a reclamação será abordada diretamente com líderes do PMDB nos próximos dias. Internamente, o assunto foi discutido em caráter preliminar entre Riva e o deputado federal Pedro Henry (PP), em conversa ao telefone na manhã de ontem. A idéia é que as duas legendas tracem um mapeamento de onde o PMDB poderá compor com o PP na cabeça de chapas às prefeituras municipais de todo o Estado e vice-versa antes do fechamento de alianças nos pólos regionais.
“O Henry compartilha da mesma opinião, assim como várias pessoas do partido. Se quiserem o nosso apoio, isso terá que ser discutido”, lança Riva. Em Sinop, o partido já deu declarações de chancela à candidatura de Juarez Costa e em Rondonópolis ao nome de Zé Carlos do Pátio, ambos deputados do PMDB.
A confirmação do apoio do PMDB à candidatura tucana na Capital, embora prenunciada há meses, causou frisson no meio político. Além do PP, outro partido já anunciou que tentará demover o partido comandado pelo deputado federal Carlos Bezerra da decisão – o PR, que trabalha o lançamento da candidatura do empresário Mauro Mendes à prefeitura de Cuiabá.
Republicanos pretendem apelar ao vínculo institucional centrado na figura do vice-governador Silval Barbosa (PMDB) na tentativa de arrebanhar o respaldo da sigla ao projeto idealizado pelo governador Blairo Maggi (PR). No final de semana, Silval admitiu a jornalistas que sequer foi chamado pela cúpula do PMDB a participar das conversações com o ninho tucano. (JS)