Desde o dia 30 de agosto que começou a funcionar na Transpantaneira, o Posto de Atendimento a Animais Silvestres (PAEAS) para socorrer os animais silvestres queimados nos incêndios florestais no Pantanal.
A equipe montada pelo governo estadual é liderada pela médica veterinária Karen Ramos com apoio do Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA), Corpo de Bombeiro Militar (CBMMT), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e voluntários para o resgate dos animais.
“Temos aqui hoje veterinários voluntários do Rio de Janeiro e São Paulo especialistas em animais silvestres, além de 80 homens da defesa e voluntários que vieram para ajudar no resgate”, comenta a médica veterinária Flávia Metello que é servidora do INDEA.
O Instituto tem atuado no resgate de animais silvestres e tem dado atenção aos animais de produção como bovinos que também tem sofrido com as queimadas do Pantanal.
Flávia explica que apesar de não ser especialista em animal silvestre, tem ajudado na contenção, curativos e tratamento dos animais feridos. Apesar do trabalho da equipe estar voltado para atender principalmente os animais de silvestres, a servidora do INDEA se preocupa também como o gado. “Nossa preocupação é com os animais em geral, os sobreviventes sofrem com as lesões provocadas pelo fogo e com a falta de comida e pastagem”, comenta Flávia.
No último fim de semana 30 cabeças de gado morreram carbonizados em uma fazenda de Poxoréu.
“Nós como médicos veterinários e como cidadãos mato-grossenses estamos muito preocupados em ver nosso estado pegando fogo, com prejuízos importantes para pecuária e meio ambiente, devido à falta de conscientização das pessoas. A legislação de ocupação do pantanal precisa ser revista e atualizada, e precisa ser única nos estados, de forma a minimizar as queimadas nos anos posteriores e salvaguardar este importante bioma brasileiro, e a pecuária consciente praticada na região. Quanto aos animais silvestres, a preocupação do estado deve ir além deste período de queimadas, e garantir atendimento a estes, ao longo do ano. O estado de MT precisa ter em funcionamento Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), pois é único estado com três biomas importantes (cerrado, pantanal e Amazônia) e não possui nenhum centro de triagem e tratamento de animais silvestres em funcionamento permanente. A sociedade tem cobrado isso do estado. Esse momento devemos nos dar as mãos em prol de vidas animais e também dos seres humanos, pois todos sobrem com este ar irrespirável”, comenta Aruaque Lotufo, veterinário e presidente do Sindicato dos Fiscais Estaduais da Defesa Agropecuária e Florestal do Estado de Mato Grosso(SINFA).