O cardiologista Edésio Pires (foto) mencionou três fatores que vêm cooperando para o crescimento de casos de infarto entre os mais novos: o estresse, os péssimos hábitos alimentares e o uso de drogas.
– Os jovens atualmente têm muitos compromissos, o que geralmente os levam ao estado de estresse. A alimentação freqüente em fast-foods e o uso de drogas são péssimos hábitos que contribuem para as doenças cardiovasculares. A combinação destes fatores se torna uma mistura explosiva, onde a pessoa, sem perceber, acaba fazendo uma obstrução nas artérias, podendo chegar ao infarto – esclareceu o médico.
Segundo o cardiologista, a má alimentação leva, principalmente, ao aumento do colesterol e o uso das drogas aumenta a freqüência cardíaca, do fluxo sangüíneo e diminui o calibre das artérias, causando uma pressão violenta, motivando as obstruções.
– Geralmente, os usuários de drogas descarregam adrenalina em excesso na corrente sangüínea e isso pode levar a um quadro de angina súbita e, se não tratada, chega ao infarto – lembrou o cardiologista.
Estatísticas também apontam que jovens têm feito uso do fumo e da bebida alcoólica cada vez mais cedo. Esses fatores, conforme especialistas, também contribuem para o aumento do índice de infarto. Entre as mulheres, o risco de parada cardíaca aumenta com a combinação do tabagismo com os anticoncepcionais. O consumo da cocaína, que causa arritmia cardíaca, também tem levado jovens à morte súbita.
Conforme pesquisas, cerca de 80% dos jovens que enfartam apresentam dois ou mais fatores de risco. Há também os que fazem parte do grupo genético e as artérias já recebem uma pressão maior e, com o tempo, uma obstrução total das coronárias (artérias do coração). A hipertensão é outro dado importante que leva ao infarto do miocárdio.
– Muitas vezes, o jovem é magro e pensa que por isso não está com o colesterol elevado. Por acreditarem que não fazem parte do grupo de risco, não fazem um checkup anual. Mesmo um adolescente de 12 anos, por exemplo, tem que ir pelo menos uma vez ao médico, anualmente – concluiu o cardiologista.
FU
