Acusado de ser o “criador” da Grampolândia Pantaneira, o ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques pontua que o Ministério Público Estadual (MPE) é seletivo quanto aos depoimentos coletados.
Em entrevistas anteriores do chefe do MPE, José Antonio Borges disse que os militares envolvidos no esquema são contraditórios em seus depoimentos, que acusam membros do órgão de participação na organização que teria sido criada por Paulo Taques a pedido do primo, o ex-governador Pedro Taques (PSDB).
“Se tais ‘provas’ são amparadas nos reinterrogatórios dos militares, então ele têm que ter a coragem de imediatamente afastar todos os membros do MP-MT citados por eles, caso contrário, o PGJ dará cria, ele sim, a figura inédita no mundo jurídico da semi-testemunha, que contra uns falam a verdade, mas contra os membros do MP-MT estão mentindo”, rebate.
Taques ressalta que não há provas contra ele, apenas a fala dos militares, cabo Gerson Corrêa e os coronéis Evandro Lesco e Zaqueu Barbosa, que acusam também promotores e procurador do órgão ministerial de praticar barriga de aluguel.
Em nota, o ex-secretário ainda ironiza que se ele foi quem criou a grampolândia, os membros do MPE “criaram e educação” os grampos ilegais.
“Se a afirmação, de que a tal ‘Grampolândia’ é ‘cria’ minha, estiver amparada no que disseram os militares, a quem Vossa Senhoria já afirmou ‘estarem desesperados para manter o cargo’, então, com base nesses mesmos ‘atos de desespero’ seria correto afirmar que quem a pariu, amamentou, ensinou a andar, educou e aparelhou foi o MP-MT?”, questiona ao procurador-geral José Antonio Borges.
O procurador já afirmou, mais de uma vez, que os militares se contradizem suas versões da grampolândia e que só resolveram admitir os crimes, num ato de desespero para ter a pena atenuada e não perder o cargo ou a aposentadoria, no caso de Zaqueu, que já está na reserva.
O ex-secretário ainda ressalta que confia na lisura do processo e que as investigações ainda estão em andamento e ele aguarda sua vez de depor.
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