A China, o país de maior população do mundo, anunciou nesta quinta-feira o resultado do Censo de 2010, que mostrou uma população de 1,339 bilhão e cada vez mais velha e urbana.
A população chinesa aumentou em 73,9 milhões de habitantes na última década, equivalente à população da Turquia e superior às de França ou Reino Unido.
Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (BNS), a população chinesa em 2000 era de 1,265 bilhão de pessoas. Em 1953, quando foi realizado o primeiro censo, o país tinha “apenas” 594 milhões de habitantes.
O Censo, um verdadeiro quebra-cabeças para um vasto país como a China, mobilizou mais de 10 milhões de agentes. Os resultados destacam a aceleração do envelhecimento da população: 13,26% dos chineses têm agora mais de 60 anos, contra 10,33% em 2000.
O envelhecimento é preocupante: ainda há poucas pessoas com aposentadorias razoáveis, os asilos e centros médicos sãos insuficientes e os filhos cuidam cada vez menos de pais cada vez mais idosos.
O Censo destaca ainda que os cidadãos urbanos chineses representam 665 milhões de pessoas, 13,46% a mais que há dez anos, enquanto a população “flutuante” de migrantes, que vive principalmente nas cidades, representa mais de 221 milhões de habitantes.
O grande fluxo de população nas cidades implica uma série de enormes desafios de infraestruturas, transporte, fornecimento de energia e tratamento de resíduos, principalmente.
Os homens continuam mais de 51% da população chinesa, enquanto na maioria dos países as mulheres são maioria. O desequilíbrio de nascimentos entre sexos na última década ficou em 100 meninas para cada 118,06 meninos.
O resultado é visto como um reflexo da política do filho único, adotada pela China para tentar conter o crescimento e que leva pais a favorecerem bebês do sexo masculino. Os abortos seletivos e a falta de registro de nascimentos de meninas continuam frequentes.
“A cifra de 118,06 meninos está acima do normal. A China deve adotar medidas mais firmes, tratar melhor a infância do sexo feminino e dar empregos melhores e salários melhores às mulheres”, declarou um dos diretores do BNS, Ma Jiantang.
Um estudo publicado ano passado destacou que mais de 24 milhões de homens podem ficar sem mulher até 2020 em consequência do desequilíbrio. O presidente chinês, Hu Jintao, anunciou, contudo, que a política de restrição de nascimentos será mantida. O governo chinês alega ter evitado mais de 400 milhões de nascimentos com a prática.
F.COM