A psicologia organizacional a serviço da rede pública municipal de saúde. A policlínica do Cristo Rei, em Várzea Grande, implantou no primeiro trimestre deste ano um projeto inédito voltado ao resgate da qualidade de vida dos
servidores, mas com foco na humanização e qualidade nos serviços prestados á
população.
O projeto “Humanização e Bem-Estar”, uma parceria com a faculdade de Psicologia da universidade de Cuiabá (Unic), foi realizado de março a junho.
Diante do diagnóstico e das mudanças provocadas a partir da aplicação da psicologia organizacional, que trata das questões coletivas com a única finalidade de harmonização e bem-estar, a diretoria da unidade pretende
apresentar os resultados ao Município e expandir o apoio as outras quatro policlínicas, ao Centro de Especialidades Médicas, Postão e também ao
Pronto-Socorro.
O trabalho foi proposto e realizado pela estagiária de psicologia, Ângela
Alves Ferreira Silva. “Todo trabalho de análise e de concretização do projeto esteve voltado para recuperar a motivação e auto-estima do servidor, primeiro a qualidade de vida dele o bem-estar funcional, para que isso
pudesse se refletir num atendimento humanizado aos usuários do SUS”, explica. Ele conta que teve todo o pronto apoio do administrador da unidade, Márcio Pereira.
Ele lembra que a humanização sempre foi o seu propósito. “E com o secretário Reinaldo Della Pasqua, temos todo o respaldo da Administração para trabalhar em prol da humanização no atendimento. É meta dele e sempre foi a nossa.
Valorizamos nosso pessoal, nossos serviços e tudo a custo zero para o Município. O resultado, nesses cinco meses, não poderia ser mais positivo”, avalia Pereira.
Entre as mudanças mais evidentes, ele cita a consciência de autonomia que os servidores adquiriram. “Os desentendimentos existem, tanto entre colegas como juntos aos usuários. Mas hoje, o servidor sabe que ele é funcionário do
povo e que sua missão é o bem servir, se alguma coisa sai errada, o próprio servidor corre atrás para resolver e reconstruir a harmonia. E essa postura multiplicada, tem um efeito que salta aos olhos”.
*PROJETO -* Ângela conta que para chegar ao diagnóstico da unidade e então conhecer suas necessidades, ela participou da rotina, fez observações, entrevistou os servidores e aplicou questionários. “Tudo em busca de
subsídios para uma orientação avançada para a qualidade de vida e bem-estar do servidor e então, se chegar a humanização no atendimento. Um trabalho que tem início de dentro para fora da unidade”.
Mais de 70% dos setenta servidores da Unidade participaram do projeto. “Excesso de trabalho pela jornada dupla de empregos, é o grande causador dos problemas e desentendimentos. Isso gera estresse. Outro fator desagregador é
a falta de perspectivas, principalmente, dos servidores mais antigos.
Eu precisava saber como este servidor estava preparado para receber pessoas de
fora”, aponta Ângela. “É o que chamamos de resiliência, que na prática nada mais é do que transformar um limão azedo, numa saborosa limonada, ou seja, problemas em desafios e estimular a superação”.
*2009 -* Conciliando metas, a expectativa do administrador da Unidade é de que a partir do próximo ano o projeto “Humanização e Bem-Estar” seja aplicado em outras unidades de saúde do Município. “Sempre estivemos abertos
aos estágios, pois todas as pesquisas e projetos nos trazem retornos e com isso estamos evoluindo continuamente”.
Ângela lembrou ainda que por meio do projeto foram implantados na Unidade um organograma com as atribuições de cada um dentro do gerenciamento e as premissas que fazem a missão, valor e visão da policlínica.
Todo o resultado do trabalho está publicado pela estudante e contou no período de março a junho com a orientação da professora Regina Célia da
faculdade de Psicologia da Unic.
Pereira lembrou que outras parcerias colaboraram para os avanços que a Unidade revela nesta reta final de ano como a estabelecida com o Cetem, que
está disponibilizando massagens relaxantes, modeladoras e drenagem linfática
aos servidores nos períodos matutino e noturno.