O presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Marcos Wink, se reuniu hoje com o novo ministro da Justiça, Tarso Genro. No encontro, Wink confirmou que a categoria vai mesmo realizar uma paralisação de 24 horas na quarta-feira.
A paralisação é um protesto da categoria contra o não-cumprimento de um acordo salarial fechado com o antecessor de Tarso, Márcio Thomaz Bastos. Pelo acordo –negociado em fevereiro de 2006–, os policiais federais receberiam 60% de reajuste dividido em duas parcelas. A Fenapef reclama que somente a primeira parcela de 30% foi paga. A segunda, prometida para dezembro de 2006, ainda não saiu.
No encontro, Tarso afirmou que a reivindicação salariais dos policias federais será discutida numa reunião marcada para hoje no Ministério do Planejamento.
Segundo Wink, a visita de Tarso à sede da federação foi uma demonstração de reconhecimento da categoria, mas, em momento algum, o ministro pediu para desmarcar a paralisação de quarta-feira.
“O ministro fez uma visita de cordialidade. Ele disse que o acordo é legítimo e que o movimento é democrático, mas não se via no direito de pedir para abortá-lo”, afirmou Wink.
Segundo o presidente da federação, o ministro não fez nenhuma promessa sobre o cumprimento do acordo, mas disse que vai se empenhar para viabilizar o pagamento do reajuste.
“Nós também dissemos ao ministro que não vamos abortar o movimento, pois, para isso, precisaríamos de uma posição mais concreta, até mesmo para convencer os colegas”, disse.
Wink disse que a paralisação de quarta-feira será um movimento pacífico, mas deve prejudicar os serviços de emissão de passaporte e investigação, mas prometeram manter um mínimo de atividade. Nos aeroportos, os policiais federais vão realizar uma operação-padrão, na qual aumentarão a fiscalização e farão entrevistas com visitantes estrangeiros. Isso deve tumultuar ainda mais a vida dos passageiros, que já sofrem com a crise do controle do tráfego aéreo.
Se as reivindicações da categoria não forem atendidas, os policias federais ameaçam deflagrar uma greve geral. A paralisação de quarta, segundo eles, é apenas uma advertência.
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