oliciais da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) prenderam, na manhã desta segunda-feira (9), um homem suspeito da execução de cinco jovens em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, e outros dois suspeitos de integrar milícia da região.
Os corpos de Sávio de Oliveira, de 20 anos, Matheus Bittencourt, de 18, Marco Jhonata, de 17, Matheus Baraúna e Patrick da Silva Diniz foram encontrados no conjunto habitacional Carlos Marighella, do programa Minha Casa, Minha Vida, em Itaipuaçu. Familiares das vítimas negam que eles tivessem envolvimento com traficantes.
Nesta manhã, o delegado Gabriel Poiava e os agentes da DHNSG cumpriram um mandado de prisão em Maricá contra João Paulo Firmino, suspeito de ser o executor dos jovens, e mais dois mandados de busca e apreensão na casa de dois policiais militares, que seriam os mandantes do crime. Também foram presos dois homens, identificados como Jeferson e Bimbinha, suspeitos de integrar uma milícia da região.
Durante a operação foram apreendidos dinheiro, armas, carros e motos. Segundo as investigações, João Paulo está ligado à milícia local e estava sozinho no momento do crime. O suspeito também está sendo investigado em outros inquéritos.
A motivação do crime seria domínio territorial. Ainda de acordo com as investigações, apenas um dos jovens mortos teria efetuado roubo na região. Os PMs investigados também seriam envolvidos com serviço de agiotagem e possuem um patrimônio grande.
Atualmente, a região é Maricá é dominada por, pelo menos, três grupos de milicianos que se dividem por territórios. De acordo com apuração do G1, alguns dos fatores que favorecem a expansão das milícias no local são: grande território, efetivo de policiais reduzido com distanciamento do comando, pobreza e falta de estrutura para investigar homicídios.
A região de Maricá é conhecida como “acelerada”, em relação a ação dos milicianos, já que o local não tem fiscalização.
Por meio da série “Franquia do crime”, O G1 mostrou que as milícias estão, atualmente, em 11 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. As áreas de influência desses grupos criminosos somam 348 quilômetros quadrados, o equivalente a um quarto do tamanho da capital. É um conjunto de territórios em que vivem 2 milhões de pessoas que, no dia a dia, são coagidas a usar o transporte, o botijão de gás; a pagar por segurança e pelo sinal de TV; além de consumir água e os alimentos da cesta básica dessas quadrilhas.