O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou ontem que “há tempos” a Polícia Federal investiga denúncias de fraudes em licitação, desvio de dinheiro público e corrupção no Ministério dos Transportes e em órgãos vinculados. Ele disse que, a pedido dos partidos de oposição, determinou que o órgão analise se há fatos novos que justifiquem a abertura de outros inquéritos. “A PF tem o dever legal de investigar todo tipo de crimes dessa natureza que afetem o patrimônio público.”
Em entrevista no ministério, acompanhado do diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, Cardozo explicou que, tão logo recebeu o pedido da oposição, determinou ao órgão uma triagem sobre o que é novo e o que já é objeto de apuração. Ele disse que aguardará também a auditoria que a Controladoria-Geral da União (CGU) realiza nos contratos da pasta, a mando da presidente Dilma Rousseff. “Qualquer fato novo verificado determinará a abertura de inquérito.”
Após constatar que a área de Transportes vinha se tornando um ralo de dinheiro público no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Ministério Público Federal desencadeou uma série de investigações, em parceria com a CGU, desde o ano passado. A PF foi acionada para aprofundar investigações em dezenas de casos. Pelo menos três desses contratos já resultaram até agora em inquérito criminal relatado à Justiça, enquanto outros com indícios de irregularidade são objeto de apuração.
O maior rombo até agora apurado, todavia, tem origem na construção da Ferrovia Norte-Sul, a cargo da Valec, outra estatal dos Transportes. Em um trecho de 105 quilômetros, foi detectado superfaturamento de R$ 48 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.