Os crimes pelos quais os ex-executivos são investigados são manipulação de mercado e uso de informação privilegiada
As investigações contam com a colaboração da atual diretoria da empresa Americanas, e também identificou fraudes envolvendo contratos de VPC (verba de propaganda cooperada), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.
Segundo investigadores, as manobras “causaram grande prejuízo para os demais acionistas, principalmente aos minoritários, que, em razão da falsa saúde financeira das empresas, operavam transações acionárias com preços inflacionados”.
As investigações foram abastecidas pelas delações premiadas dos ex-diretores Marcelo da Silva Nunes e Flávia Pereira Carneiro Mota. Eles contaram, em delação premiada, que as fraudes se iniciavam com o preparo, pela equipe de relações com investidores de um arquivo chamado “verdes e vermelhos”, que fazia parte de um “kit de fechamento trimestral”. Nele, constava a expectativa de crescimento por parte de analistas de mercado. Segundo as delações, quando elas não eram atingidas, a diretoria mudava os resultados “para não frustrar as expectativas de mercado”.