A polícia antimotim chinesa dispersou uma pequena manifestação de uigures que deixavam as orações desta sexta-feira (10) na vizinhança muçulmana de Urumqi, capital da província de Xinjiang, prendendo várias pessoas.
Uma multidão formada por algumas centenas de pessoas se formou perto da Mesquita Branca, ao lado dos policiais armados com submetralhadoras, enquanto veículos blindados bloquearam as ruas no entorno do edifício e um helicóptero sobrevoava a região, no primeiro sinal de instabilidade dias após conflitos étnicos que resultaram em ao menos 156 mortes na cidade dividida.
“Você vê, é assim que eles tratam os uigures — como animais”, disse uma mulher, no que aparentemente era apenas uma pequena manifestação localizada.
Centenas de uigures lotaram a região após as autoridades terem decidido fechar mesquitas nos principal dia de orações para os muçulmanos para tentar minimizar as tensões.
Forças de segurança aumentaram o controle sobre Urumqi, mas as orações noturnas representaram um teste para a habilidade do governo de conter a ira dos uigures após chineses da etnia Han, maioria no país, terem atacados os bairros dos uigures na terça-feira.
Esses ataques foram em revanche à morte de 156 pessoas durante uma briga com uigures no domingo, no pior conflito étnico em décadas.
A tentativa inicial de silenciar as orações coletivas aparentemente teve sucesso, mas milhares de soldados e policiais antimotim estavam de prontidão para conter qualquer novo protestos dos uigures. Quase todos os uigures são muçulmanos, mas poucos aderem à interpretação mais rigorosa do Islã.
O governo chinês considera fundamental manter o controle estrito sobre a enorme região que faz fronteira com Rússia, Mongólia, Cazaquistão, Kirquistão, Tajiquistão, Afeganistão, Paquistão e Índia, uma vez que Xinjiang é abundante em reservas de petróleo e é a principal região produtora de gás natural do país.