Cerca de 80 policiais continuam as buscas na região de Paranatinga (distante 410 km de Cuiabá) com o objetivo de localizar os assaltantes que atacaram duas agências bancárias na cidade na manhã desta quarta-feira. Foi o segundo assalto na mesma agência nos últimos cinco meses. Um grupo de aproximadamente 10 homens, armados com fuzis e espingardas calibre 12, invadiram a cidade por volta das 9h. Clientes e funcionários das agências, e pessoas que estavam nas ruas foram usados como escudo humano, enquanto os bandidos limpavam os cofres e as máquinas de auto-atendimento. Segundo a Polícia Civil, os assaltantes conseguiram levar dinheiro apenas do Banco do Brasil. Eles também atacaram o Banco Bradesco, mas o cofre tinha um sistema especial de proteção, que impediu o roubo.
Depois do assalto os criminosos fugiram levando quatro reféns, que foram libertados a cinco quilômetros distantes de Paranatinga. Ao passar por um veículo onde viajava um funcionário de uma fazenda, os bandidos atiraram, principalmente nos pneus do carro e ordenaram que o motorista retornasse. A polícia investiga se o grupo tem ligação com a quadrilha que atacou a mesma agência em agosto deste ano. Há suspeitos de que os bandidos tiveram acesso a alguma informação privilegiada. Eles chegaram em um dia de grande movimentação bancária e sabiam que as câmeras do circuito interno estavam fora de operação e a agência do Bradesco não tem câmeras de vigilância.
Os bandidos fugiram em uma caminhonete preta, que seria uma S-10, e o outro veículo menor, um Fiat Strada. Ninguém foi preso até o momento. Além dos políciais do Batalhão de Operações Especiais de Cuiabá, e Polícia Civil, o helicópotero do Centro Integrado de Operações Aéreas – Ciopaer dá apoio às buscas. A polícia também faz barreiras na MT 242, que dá acesso a fazendas da região e outras estradas secundárias.
A quadrilha se dividiu em dois grupos e atacaram os dois bancos ao mesmo momento. A ação durou cerca de 20 minutos e eles fugiram levando os reféns que foram soltos logo depois, em uma estrada que dá acesso a zona rural do município. Os reféns não sofreram agressões.
O Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB-MT) cobrou hoje dos bancos, assistência aos trabalhadores das agências que foram vítimas de assalto. O Sindicato ainda pediu providências para garantir segurança, além da emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). O CAT é um instrumento que resguarda os direitos dos empregados para qualquer conseqüência psicológica futura relacionada ao fato.
O SEEB-MT conversou com um funcionário do Banco do Brasil que confirmou o clima de pavor e que os bancários ficaram abalados. Um psicólogo está acompanhando os trabalhadores do BB. As agências estão fechadas e não há confirmação da abertura na sexta-feira (04), já que na quinta é feriado municipal.
Segundo o SEEB-MT, o setor de Gestão de Pessoas (Gepes) do Banco do Brasil em Cuiabá informou que está oferecendo toda assistência aos bancários. O acompanhamento nesse momento é feito por profissionais da saúde, já que os bancários podem sofrer conseqüências psicológicas.
Segurança pública
Há cerca de cinco meses a cidade de Paranatinga sofreu outro assalto semelhante. De acordo com dados do SEEB-MT, o número de assaltos e tentativas somam 16, somente neste ano.
Fonte:TVCA