Crux credo, vôte, figa, cain-nhain. A coisa está mais feia
na PM de Mato Grosso, que Peixoto de Azevedo, Guarantã e Matupá nos tempos
de garimpo na década de 80. Este último episódio, – que culminou na morte
do garoto Luiz Henrique Dias Bulhões de apenas 13 anos na cidade de Rondonópolis,
durante exibição de treinamento, no último sábado – , ganhou repercursão
nacional e internacional, com matéria inclusive na CCN em Espanhol.
Para agravar a situação existe uma crise visível no alto escalão e comando
da Policia Militar e dentre os seus quadros de oficiais. São coronéis, capitães
e até tenentes. E os praças vão de carona, diante do aumento salarial negado
pelo governador Blairo Maggi
Quem paga por toda essa situação? A população e o cidadão comum que sustentam
a Polícia Militar, através do imposto pago devidamente direta ou indiretamente.
E o cidadão o que ganha? Ocorre que, em menos de seis meses desse ano, pelo
menos cinco eventos de legítimo prejuízo moral a corporação foram registrados.
De soldado violento que atira no cidadão, só por quê o mesmo não parou em
uma blitz, tem até soldado estuprador ou assaltante de caixa eletrônico do
BB. As acusações são ainda, desde de oficial, via dossiê, que cobra propina
para desocupação de área, outros ?serviçinhos? extras em ?bico?, á desvio
de etapa alimentação dentro da PM de Mato Grosso, entre outros procedimentos
abertos pela corregedoria militar e que não vem a público.
É o fim da picada mesmo e degeneração moral de quem é pago para garantir
a segurança pública. Salvo honrados e bravos dedicados e morais homens do
mato, que garantem a integridade e respeito á tropa evitando assim, a extensão
da chamada ? farda suja?.
Há sim insatisfação dentro da PM de Mato Grosso. Passando por nomeações
de oficiais coronéis, ciúmes de grupos, arrogância, demora no aumento dos
salário, salários achatados dos praças, que o governo Blairo não resolve
por conveniência política , e outras conquistas que não são respeitadas.
Tem até um grupo querendo a deposição do secretário de segurança pública
Carlos Brito, alegando que ele está no lugar errado.
No episódio de Rondonópolis existem comentários, de oficiais, de que a tropa
estaria descontente com a permanência do tenente coronel Wilkerson Sandes
no comando local, bancada pelo ex-comandante da PM coronel Adaildo. Ainda
assim não se explicaria tamanha barbárie, como um todo, a possibilidade de
sabotagem e não de negligência, durante a exibição de treinamento, em que
se usaria bala de festim e não a real. Se isso for verdade, quem promoveu
isso é passivo de expulsão da corporação e não de explicações.
De fato a PM está em crise no Estado de Mato Grosso, a tropa está pensativa
e deve refletir diante dos fatos, que papel está desenvolvendo pela sociedade
e para sociedade. O governador como chefe maior da polícia tem o poder de
decisão da caneta, mas o comando da polícia é interno e quem manda são seus
próprios homens.
Acho bom a PM buscar forças divinas na tentativa de busca auxilio e resolver
os emperros da corporação e seu funcionamento, sob pena de sofrer um julgamento
linear da sociedade que a banca. Por enquanto fico com as palavras de um
radialista antigo e tradicional na capital, que dizem assim: ?A soberba a
inveja e traição só trás desgraça e para afastar a crise guiné e banho de
sal grosso?.
Adão de oliveira ? é jornalista em Mato Grosso