O financiamento do governo para agricultura comercial para a safra 2007/2008 deve ficar em R$ 53 bilhões, correspondendo a um acréscimo de R$ 3 bilhões sobre montante disponibilizado na safra 2006/2007.
Esse é a cifra que se especula entre agricultores e nos bastidores do governo. A indicação é que o volume do crédito agrícola para agricultura comercial e plantio familiar seja apresentado pelo Ministério da Agricultura no dia 28 deste mês, quando também vai ser anunciada a redução da taxa de juros.
Nas negociações com os ministérios da Agricultura e Fazenda, os produtores rurais reivindicam contratos com juros de 6%. A tendência, conforme informações de bastidores do governo, é de os encargos ficarem em 7%. Nos contratos da safra atual os encargos são de 8,75%.
Juntamente com o volume de crédito e encargos financeiros, o governo deve autorizar uma nova renegociação da dívida rural. Essa rolagem, contudo, não será generalizada. O Ministério da Agricultura vai dar preferência à rolagem das dívidas vinculadas a investimento e não a custeio.
Governo, agricultores e pecuaristas tentam concluir as negociações para evitar atraso no anúncio de liberação das verbas, já que o plantio da próxima safra começa em julho. Após o acerto sobre a taxa de juros e os termos de uma nova rodada de renegociação de dívidas, essas condições terão que ser aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em reunião extraordinária com data a ser marcada.
O Plano de safra 2007/2008 segue a diretriz de governo de elevar o crédito destinado à agricultura. Na safra 2006/2007 o número total, que inclui agricultura comercial e familiar, foi de R$ 60 bilhões, ante R$ 53,3 bilhões anunciados para a safra 2005/2006. Para o período 2007/2008, além da destinação de cerca de R$ 53 bilhões para a agricultura comercial, a agricultura familiar deve receber crédito igual ou pouco superior a R$ 10 bilhões.
(Luciana Otoni, da Santafé)