No Plano Agrícola e Pecuário 2011-2012, que será lançado oficialmente pela presidenta Dilma Rousseff nesta sexta-feira (17), em Ribeirão Preto (SP), vai se empenhar em estimular os produtores rurais brasileiros a recuperar cerca de 1,5 milhão de hectares de áreas degradadas. A meta é que nos próximos dez anos sejam recuperados 15 milhões de hectares para produção.
A previsão é de que o plano destine R$ 107,2 bilhões de crédito para custeio e investimentos, fora outras linhas especiais de financiamento para agricultura empresarial. Os recursos totalizam 7,2% a mais que os R$ 100 bilhões do ano-safra 2010-2011. A produção deve atingir 169,5 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas, o que representa uma alta de 5% sobre as 161,5 milhões de toneladas previstas para a safra atual.
Produção com preservação
O objetivo é aumentar a produção agropecuária evitando avanço sobre áreas de florestas. Atualmente, o País tem cerca de 47 milhões de hectares ocupados com a agricultura e 170 milhões de hectares usados para pecuária. Embora os dados em relação a áreas degradadas variem de acordo com os critérios usados para mensurá-las, técnicos do Ministério da Agricultura afirmam que elas somam pelo menos 30 milhões de hectares no Brasil, o equivalente a mais de 60% das terras cultivadas com grãos. Os maiores potenciais de recuperação estão nos estados da região Centro-Oeste, no Tocantins e no Pará.
Para incentivar os produtores, o governo disponibilizará R$ 3,15 bilhões em créditos dentro do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), criado na safra passada, mas ainda sem muita adesão. Além da recuperação de áreas degradadas, o chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, Derli Dossa, explica que o programa pretende financiar o plantio de 300 mil hectares (ha) de florestas.
Em mais 550 mil ha será financiado o plantio com fixação biológica de nitrogênio; em 800 mil ha, o plantio direto na palha, e em 400 mil ha, será feita a integração lavoura-pecuária-floresta.
Para aumentar a popularidade e a procura pelo programa, Dossa destacou que o ministério investirá em várias frentes: divulgação na imprensa da importância de se reduzir as emissões de gases de efeito estufa, treinamento de 5 mil técnicos nesse modelo de agricultura, distribuição de material a todo o corpo técnico treinado, com acesso aos produtores, estudo dos estados com problemas e motivação de lideranças locais.
As linhas de crédito do programa são diferenciadas, com as menores taxas da agricultura empresarial, 5,5% ao ano, e prazo de até 15 anos para pagar. O limite de financiamento para produtores é R$ 1 milhão.
Fonte:
Agência Brasil