Pressionado pelo Palácio do Planalto, o PT vai fazer ajustes na sua proposta de governo da futura candidata Dilma Rousseff à sucessão do presidente Lula, mas o tom mais à esquerda do texto preliminar foi proposital.
Nas palavras de um dirigente do partido, cabia ao PT “puxar para a esquerda” para depois negociar um programa final da ministra Dilma com os demais partidos da futura aliança, principalmente o PMDB.
A cúpula do partido reconhece que foi erro não mencionar no texto que o futuro governo manteria a política econômica de Lula –metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal. O presidente não teria gostado da falta de menção à sua política econômica.
A Folha informa que, segundo um membro da cúpula partidária, “ficou faltando essa parte”, que não tem sentido ficar de fora principalmente depois que o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que o candidato tucano José Serra, se ganhar, mudará a atual política econômica.
O texto sofrerá ajustes, deixando claro que um futuro governo Dilma será uma continuidade do atual, com aprofundamento das medidas adotadas no segundo mandato –fortalecimento de bancos públicos e estatais como indutores do crescimento econômico. A nova versão também deve conter mais acenos à iniciativa privada, reforçando que, sem os empresários, o papel do Estado como indutor não se sustenta.
F.Online