Apesar da ameaça de uma nova paralisação de policiais federais nesta terça-feira, feita pelo presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Santos Torres Avelar, as superintendências e delegacias da PF nos principais Estados do País funcionam normalmente pela manhã, segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Policiais envolvidos que protestam pelo pagamento da segunda parecela do ajuste salaria, no entanto, divergem sobre os rumos do movimento.
Segundo a assessoria de imprensa da Fenapef, no entanto, os sindicatos estaduais de policiais federais devem se reunir ao longo do dia para discutirem se levam adiante a idéia de realizar operação-padrão nos aeroportos e até paralisação em serviços a população nos próximos dias.
Divergências
Os policiais federais, que querem 30% de recomposição salarial, estão divididos sobre os rumos do movimento da categoria. Algumas lideranças defendem paralisação de 24 horas em protesto contra o que chamam de “descaso do governo” – o reajuste deveria ter sido concedido em dezembro, de acordo com pacto firmado no início de 2006 entre o Ministério da Justiça e as entidades de classe da Polícia Federal. Outros dirigentes apostam na negociação e preferem aguardar o resultado de reunião agendada para o dia 10 com o Ministério do Planejamento. Os mais exaltados querem deflagrar operação-padrão já, coincidindo com o início do feriado da Semana Santa.
Eles pretendem incluir na jornada portos, fronteiras e aeroportos, onde passageiros poderão ser submetidos a procedimentos rigorosos de revista de documentos e passaportes. “O movimento nas entidades estaduais foge da alçada da entidade a nível nacional”, disse Sandro Avelar, presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais. “Alguns Estados estão ameaçando fazer operação-padrão. Eu não apóio, mas compreendo.”
Em carta
Avelar enviou na segunda-feira uma carta ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, falando em uma nova possível paralisação por mais 24 horas. A corporação já cruzou os braços por um dia na última quarta-feira (28).
No texto, Avelar ainda expressa surpresa ao saber que o ministro desconhece o acordo firmado pelo governo com os policiais federais.
O delegado afirma que as declarações do ministro Paulo Bernardo à imprensa causaram grande instabilidade e acirraram os ânimos dos policiais federais. “Isso prejudicou o calendário sugerido pelas entidades classistas de âmbito nacional, com a previsão de novo ato público somente no dia 18 de abril, fazendo com que diversos Estados da Federação, por suas lideranças locais, entendessem por repudiá-las já, antecipando as manifestações para a próxima terça-feira, dia 03/04”, escreveu o presidente da ADPF.
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