A Polícia Federal recolherá entre hoje e amanhã amostras de leite integral longa vida de todas as marcas no País para análise. A informação é do delegado Ricardo Ruiz Silva.
Hoje foram presas 25 pessoas em Minas Gerais, suspeitas de integrarem um grupo que adulterava 10% do leite produzido com água ou soro, soda cáustica, peróxido de hidrogênio, ácido cítrico, citrato de sódio, sal e açúcar. Segundo a PF, ainda não é possível ter idéia do que o composto pode fazer no organismo humano. Ele passará por uma análise laboratorial.
Ao todo, são 27 mandados de prisão a serem cumpridos pela polícia. Dos 25 detidos até o momento, 17 foram localizados na cidade de Uberaba (MG) e oito na cidade de Passos (MG).
As amostras serão recolhidas por agentes das mais de 80 unidade da PF em todo o País. Segundo o delegado da PF Davidson José Chagas, chefe da Delegacia em Uberaba, a análise será feita pelo Lanagro, laboratório do município de Pedro Leopoldo, vinculado ao Ministério da Agricultura, e pelo Instituto Nacional de Criminalística da PF.
Durante a operação Ouro Branco, realizada hoje em Minas, foi preso um funcionário do Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura do município de Passos, responsável por fiscalizar a qualidade do produto. O Ministério da Agricultura convocou uma reunião nesta tarde para tratar do assunto e ainda não emitiu um parecer oficial.
Segundo Silva, três amostras de leite da Parmalat já foram analisadas e mostraram-se impróprias para consumo. No entanto, ele disse que não há elementos que apontem se a empresa sabia ou não da adulteração feita pelas cooperativas que a abastecem. A Parmalat informou, por meio de sua assessoria, que a empresa está aprovando uma nota oficial.
A Parmalat, assim como a Calu, compra leite da Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale) e da Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), que, segundo a polícia, adulteravam o produto. De acordo com Chagas, os diretores da Parlamat e da Calu serão ouvidos.
A assessoria de imprensa da Polícia Federal informou que alguns funcionários das cooperativas confessaram acrescentar substâncias impróprias para o consumo no leite.
Segundo Silva, outras empresas do ramo estariam fazendo esse tipo de adulteração.
Colaborou Gabriela Voskelis
Redação Terra