A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira, 17 pessoas suspeitas de fraudar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Receita Federal.
As prisões foram realizadas pela Polícia Federal do Mato Grosso, durante a Operação Dupla Face, que visa combater a corrupção de servidores públicos nos dois órgãos.
Na operação, os agentes cumprem 34 mandados de prisão temporária e 65 de busca e apreensão, totalizando 98 mandados judiciais, no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. As pessoas procuradas seriam 17 servidores públicos e 16 despachantes.
Entre os crimes cometidos pelos envolvidos estariam o fornecimento de dados sigilosos conseguidos através do cargo, cancelamento de créditos tributários, fraude e agilização de processos de restituição de imposto de renda e regularização de CPFs.
Segundo informações da polícia, durante as investigações, foi identificada a existência de duas organizações criminosas, uma que agia no Incra e outra na Receita Federal. Alguns integrantes estariam envolvidos nas duas quadrilhas.
No Incra, os suspeitos atuariam principalmente nos Processos de Certificação de Imóveis Rurais em trâmite. De acordo com a polícia, eles cooptavam proprietários interessados em obter o documento de suas propriedades rurais, intermediando o pagamento de propina a servidores.
Ainda de acordo com a PF, os investigados que atuavam junto à Receita Federal praticavam diversos crimes em troca de recebimento de suborno.
As investigações começaram em 2006 e contam com apoio do departamento de inteligência da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU).
O nome da Operação Dupla Face refere-se ao fato de grante parte dos integrantes da quadrilha ser de servidores públicos, os quais aparentavam, perante a sociedade, possuir uma conduta ilibada, entretanto, se locupletavam ilicitamente através de habitual recebimento de propina, possuindo dessa forma “duas caras”.
U.Seg