Último balanço da Polícia Federal aponta que 16 pessoas foram presas na terça-feira (5) na operação 'Eldorado' que foi desencadeada em Mato Grosso e nos estados do Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Pará, Rio Grande do Sul, para combater a exploração ilegal de ouro, inclusive, em terras indígenas.
Ao todo, a Justiça Federal de Mato Grosso expediu 28 mandados de prisão temporária e mais 64 mandados de busca e apreensão. Das 16 prisões, duas foram cumpridas em Cuiabá, onde, de acordo com a PF, a operação foi finalizada. Outros oito mandados de prisão foram cumpridos em Porto Velho (RO) e mais seis distribuídos entre os estados envolvidos na operação.
Segundo a PF, garimpos clandestinos foram localizados ao longo do Rio Teles Pires na região Amazônica, sendo que 16 dragas foram interditadas. Um das empresas suspeitas de participar do esquema teria movimentado mais de R$ 150 milhões. O proprietário é uma das pessoas que foram presas em Cuiabá. Com ele, a polícia apreendeu aproximadamente 20 quilos de ouro, avaliados em cerca de R$ 2 milhões.
De acordo com a assessoria de imprensa da PF, os 64 mandados de busca e apreensão já foram cumpridos. A assessoria informou ainda que a quantidade de mandados de prisão por estado só será divulgada após o término das buscas para não atrapalhar o andamento da operação.
Ainda de acordo com o delegado, as terras indígenas envolvidas na extração ilegal de ouro só serão divulgadas no final da operação, quando as informações serão passadas ao Ministério Público, o titular da ação penal. “A área ilegal é o próprio crime. A fonte ilegal do crime é a exploração do ouro em áreas não autorizadas. Sendo que a nota fiscal é uma das fases da lavagem”, explicou Sousa.
Operação Eldorado
Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início no mês de fevereiro deste ano. No período, a PF constatou que, além dos crimes ambientais praticados, como a exploração ilegal de recursos minerais, destruição de áreas de preservação permanente e poluição, a organização criminosa também é suspeita de praticar crimes contra a ordem financeira, sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.
“O ouro era extraído de garimpos ilegais, inclusive em terras indígenas. A partir daí eles são vendidos para postos de compra de ouro que são parte do sistema de distribuidora de títulos e valores imobiliários e desses postos esse ouro vai para São Paulo, onde era comercializado como ativo financeiro para investidores”, explicou.