A Polícia Federal deverá instaurar inquérito hoje para apurar o suposto vazamento de dados sigilosos da Casa Civil sobre gastos através de cartões corporativos da Presidência da República englobando as gestões do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. A entrada da PF no caso fora descartada pela titular da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff na última sexta-feira.
A nova posição do órgão – que antes fazia coro a Dilma e entendia tratar-se de um problema de ordem administrativa, passível de apuração através de sindicância interna – foi motivada pela divulgação de documentos restritos e da imagem de um computador da Casa Civil. Nesse caso, segundo avaliação feita pela cúpula da PF, caracteriza-se o vazamento de informações ou a violação de um equipamento sob o controle do governo, o que justifica a abertura de inquérito sem a necessidade de um pedido da Casa Civil.
A não ser que surjam outros indícios, a investigação ficaria focada inicialmente no suposto vazamento de informações sigilosas. O diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa acha que as discussões sobre a natureza dos dados – se é um dossiê ou um banco de dados – estão na esfera política e não cabe à polícia entrar agora nessa seara.
Na sexta-feira o ministro Tarso Genro afirmou se surgisse um pedido formal e fundamentado, a polícia abriria o inquérito. As declarações da ministra Dilma Roussef, da Casa Civil, no mesmo dia, mostrando o vazamento e a suposta violação do computador, acabaram fortalecendo a tendência pelo inquérito.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que cobrava a entrada da PF nas investigações desde a divulgação das primeiras informações sobre o vazamento, acredita que caso o órgão realmente apure o caso não leva mais de uma semana para achar os responsáveis.
“A PF deveria ter sido acionada naquele momento em que o ministro Tarso Genro descartou essa possibilidade.”
JB Online