A Polícia Federal identificou três casas de câmbio contra as quais há indícios de que venderam a maior parte dos US$ 248,8 mil encontrados com emissários do PT para a compra do dossiê de Cuiabá.
As casas são a Vikatur, localizada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a Diskline, com sede em São Paulo, e a Centaurus, que opera em Florianópolis, Santa Catarina. De acordo com as investigações da PF, a Vikatur vendeu a maior parcela dos dólares, e os compradores seriam pessoas pobres da mesma família, supostamente usadas como “laranjas” para encobrir os verdadeiros recebedores do dinheiro.
De acordo com o o jornal Folha de S.Paulo, a quebra do sigilo bancário das casas de câmbio revelou que a Diskline vendeu US$ 110 mil à Showbus – empresa apontada como “fantasma”, com sede na capital paulista.
Já a Centaurus, segundo o vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, Raul Jungmann (PPS-PE), teria vendido US$ 150 mil para Jorge Lorenzetti, ex-integrante da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição e apontado pela PF como o articulador da compra do dossiê.
Os dólares flagrados com os emissários do PT Gedimar Passos e Valdebran Padilha, parte de um total de R$ 1,75 milhão, chegaram ao Brasil por meio do banco Sofisa, que repassou os recursos a cinco corretoras – as quais revenderam o dinheiro a mais de 30 instituições. Dos US$ 248,8 mil flagrados com Passos e Padilha, US$ 110 mil estavam em notas seriadas que integravam o lote do Sofisa. O banco, no entanto, não registrou o número de série das cédulas.
A PF suspeita de que a parte em reais do R$ 1,75 milhão também seja proveniente da região da Baixada Fluminense. Porém o grande número de intermediários envolvidos nas operações para a captação dos recursos está dificultando a identificação do caminho do dinheiro.
Redação Terra