Os índios da etnia Enawenê Nawê, que invadiram o canteiro de obras e incendiaram o local onde está sendo construída uma Pequena Central Hidrelétrica – PCH em Sapezal, devem se reunir hoje a noite com o administrador regional da Fundação Nacional do Índio – Funai em Juína, Antônio Carlos. Eles vão discutir a ação dos índios no último sábado, que invadiram e destruíram as obras em andamento e incendiaram o local. A usina está sendo construída fora da área indígena, mas os índios reclamam que a instalação vai causar impactos nas aldeias da região.
A empresa responsável pelas obras da PCH ainda não tem un levantamento do prejuízo provocado pela destruição das obras da usina, mas estima que é muito alto. Cerca de 150 índios da etnia Enawenê Nawê invadiram o canteiro de obras e destruíram toda a construção, incediaram alojamentos, escritórios, veículos e documentos de funcionários e da empresa. Pelo menos 12 caminhões, seis automóveis e algumas lanchas foram destruídos. No local estavam 350 trabalhadores, que deixaram o local com a chegada dos índios.
A Polícia Civil de Sapezal informou que a invasão aconteceu no sábado (11), às 8h30. “Eles deram ordens para os funcionários deixarem o canteiro de obras e tocaram fogo em tudo”, disse um policial ao site da TV Centro América. Os funcionários que trabalhavam na PCH registraram Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia de Polícia Civil. O BO vai garantir aos funcionários o direito de fazer a segunda via dos documentos pessoais. Tudo foi destruído pelo fogo. A Polícia Civil não vai abrir nenhum procedimento de investigação sobre a ação dos índios. As informações sobre o caso foram encaminhadas pela delegada da Polícia Civil, Cíntia Gomes da Rocha Cupido para a Polícia Federal, que deve abrir uma investigação sobre a ação dos índios, e à Fundação Nacional do Ìndio – Funai que deve acompanhar o caso.
De acordo com o registro do Boletim na Polícia Civil, além de todos os documentos que estavam no local, foram destruídos computadores, caminhões e veículos. De acordo com um dos engenheiros responsáveis pelas obras, os índios também saqueram equipamentos de informática, alimentos e roupas de empregados. O engenheiro Marcionílio Pacheco da empresa Maireenginering, Logo depois de destruir tudo os índios deixaram o local. Foram destruídos também equipamentos elétricos e mecânicos que já estavam no local para funcionamento da usina, painéis elétricos e as edicações que já estavam bem adiantadas.
A PCH deveria entrar em funcionamento entre julho e agosto de 2009. Agora, com a destruição dos equipamentos e do canteiro de obras, não há previsão para o início das operações. A empresa responsável pela construção também não sabe quando as obras serão retomadas.
A PCH de Sapezal fica na divisa com o município de Campos de Júlio e está sendo construída com a previsão de gerar 30 MW de energia elétrica. O grupo Juruena tem outras quatro PCHs em construção ao longo do rio Juruena. As obras prosseguem normalmente nas outras usinas.
Agora a empresa responsável pela construção da PCH vai acionar a seguradora, que deve ressarcir o prejuízo provocado pela destruição e a Polícia Federal que deve abrir uma investigação sobre a ação dos índios.
TVCA