A Polícia Federal deve iniciar nesta segunda-feira a perícia nos documentos apresentados pela defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de quebra de decoro parlamentar.
Técnicos do Conselho de Ética do Senado estiveram em Alagoas em busca de documentos complementares de Renan.
O ministro Tarso Genro (Justiça) encaminhou na semana passada os documentos do senador para análise da PF. As investigações sobre o presidente do Senado só serão retomadas pelo conselho depois da conclusão da perícia.
A PF estima que a análise dos documentos vai durar pelo menos 20 dias –por isso os senadores da oposição defendem que a perícia seja concluída durante o período do recesso do Congresso Nacional, que termina em 1º de agosto.
Os questionamentos do conselho e do PSOL, autor da representação contra o peemedebista, pedem que a PF detalhe, entre outros itens, se as operações da venda do rebanho de Renan em Alagoas ocorreram “efetivamente conforme as suas descrições”.
O Conselho de Ética também quer esclarecer a evolução patrimonial do senador no período de 2002 a 2006.
Conselho de Ética
A Mesa Diretora do Senado decidiu na semana passada autorizar a perícia nos documentos de Renan depois de solicitação do presidente do Conselho de Ética da Casa, Leomar Quintanilha (PMDB-TO).
Os senadores enviaram o pedido para o ministro Tarso Genro, a quem a PF é subordinada –que encaminhou um pacote de documentos à PF na última quarta-feira.
Renan é acusado de usar o lobista da construtora Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, para pagar despesas pessoais, como aluguel e pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
Para comprovar que tinha recursos suficientes para o pagamento da pensão, Renan apresentou notas fiscais ao Conselho de Ética, que apresentaram irregularidades numa perícia prévia da PF.
A nova perícia, no entanto, vai aprofundar a análise sobre a papelada com o objetivo de comprovar a movimentação financeira do senador.
FO