segunda-feira, 23/12/2024
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PF desarticula esquema de corrupção em MT envolvendo servidores do Incra

A Pol&iacutecia Federal deflagrou nesta ter&ccedila-feira (18) a Opera&ccedil&atildeo THEATRUM, com o objetivo de desarticular um suposto esquema de corrup&ccedil&atildeo envolvendo servidores p&uacuteblicos do Incra, fazendeiros e pol&iacuteticos do estado de Mato Grosso. A corrup&ccedil&atildeo consistiria na compra de fiscaliza&ccedil&atildeo com resultado previamente acertado.

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Est&atildeo sendo cumpridos 17 mandados de busca e apreens&atildeo e 17 mandados de condu&ccedil&atildeo coercitiva em Cuiab&aacute, Sinop, Diamantino, Itanhang&aacute, Ipiranga do Norte, Planaltina, Gua&iacutera e Belo Horizonte. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1&ordf Regi&atildeo, onde tramita o inqu&eacuterito, em virtude de tr&ecircs investigados possu&iacuterem foro por prerrogativa de fun&ccedil&atildeo.

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Segundo as investiga&ccedil&otildees, em 15 de setembro de 2015, pol&iacuteticos do estado de Mato Grosso, fazendeiros de Itanhang&aacute e representantes dos assentados &ampndash muitos deles investigados e j&aacute indiciados na Opera&ccedil&atildeo Terra Prometida &ampndash realizaram uma reuni&atildeo com o Incra em Bras&iacutelia (DF) com o objetivo de desencadear uma supervis&atildeo ocupacional no Projeto de Assentamento Tapurah/Itanhang&aacute, bem como, de substituir o servidor que estava previamente indicado para a coordena&ccedil&atildeo dos trabalhos.

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Em poucos dias, o Incra iniciou a supervis&atildeo ocupacional do assentamento, por&eacutem, os m&eacutetodos do novo coordenador do grupo de trabalho, colocado a pedido dos investigados, tornaram as fiscaliza&ccedil&otildees in&oacutecuas e foram objeto de duros questionamento por alguns fiscais da equipe, os quais denunciaram as irregularidades &agrave Pol&iacutecia Federal e mais tarde foram substitu&iacutedos por outros servidores.

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Entre os citados m&eacutetodos, estava a ampla divulga&ccedil&atildeo da data de fiscaliza&ccedil&atildeo dos lotes do assentamento, inclusive com a ajuda dos pol&iacuteticos locais que foram a Bras&iacutelia pedir a fiscaliza&ccedil&atildeo. Al&eacutem disso, segundo depoimento de testemunhas, o coordenador realizava fiscaliza&ccedil&otildees com tratamento diferenciado para determinadas autoridades e fazendeiros locais.

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Isso possibilitou que aos fazendeiros que hoje ocupam e exploram irregularmente o im&oacutevel convocassem seus laranjas para comparecimento no lote na data marcada para a fiscaliza&ccedil&atildeo, pagando-lhes todas as despesas de viagem, al&eacutem de outras vantagens. Dessa forma, a fiscaliza&ccedil&atildeo do maior assentamento da Am&eacuterica Latina se tornou um verdadeiro teatro, termo esse utilizado por assentados que se recusaram a participar da farsa e comunicaram &agrave Pol&iacutecia Federal.

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Muitos desses laranjas s&atildeo os benefici&aacuterios dos lotes do Incra, que, ap&oacutes venderem a parcela, mudaram-se da regi&atildeo, mas continuaram mantendo seus nomes como ocupantes da &aacuterea, visando enganar o Incra.

Isso porque, ap&oacutes decorridos 10 anos da titula&ccedil&atildeo da &aacuterea, o Incra procede &agrave baixa das condi&ccedil&otildees resolutivas do t&iacutetulo de dom&iacutenio e o im&oacutevel rural passa a ser do assentado, podendo ele inclusive vender a &aacuterea de forma l&iacutecita. Contudo, para comprova&ccedil&atildeo do cumprimento das condi&ccedil&otildees pelos assentados &eacute necess&aacuteria uma &uacuteltima fiscaliza&ccedil&atildeo ap&oacutes o decurso desse prazo, que, no caso do PA Tapurah/Itanhang&aacute, ocorreu no ano de 2015 (para a maioria dos lotes).

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A Pol&iacutecia Federal acredita que a supervis&atildeo ocupacional do PA Tapurah/Itanhang&aacute, iniciada em 2015 e conclu&iacuteda 2016, tinha como finalidade a convalida&ccedil&atildeo das ocupa&ccedil&otildees irregulares, com a consequente baixa das condi&ccedil&otildees resolutivas do t&iacutetulo de dom&iacutenio, o que permitiria que o assentado laranja transferisse formalmente a propriedade do im&oacutevel para o fazendeiro, que j&aacute o adquiriu de forma ilegal.

Segundo informa&ccedil&otildees obtidas pela Pol&iacutecia Federal, cada lote do citado assentamento &eacute comercializado por R$ 2 milh&otildees. No &acircmbito da Opera&ccedil&atildeo Terra Prometida, deflagrada em 2014, foi apreendido um contrato de compra e venda de um lote comercializado em 2013 pelo valor de R$ 1,6 milh&atildeo. O assentamento possui 1.149 lotes de aproximadamente 100 hectare cada.

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Com:Blog-Antero

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Parmenas Alt
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