A proposta de repactuação da dívida do fundo de pensão Petros, da Petrobras, deve voltar a ser encaminhada essa semana aos funcionários da estatal. Segundo informou o presidente da Petros, Wagner Pinheiro, o pedido será reencaminhado para apreciação dos funcionários no meio das negociações salariais. No início do segundo semestre, a proposta não foi aceita pois não conseguiu o mínimo de adesão de 95% dos funcionários, tendo alcançado 53% de aceitação. “É a mesma proposta que será encaminhada, mesma regra anterior”, disse Pinheiro. “A Petrobras propôs, no processo de negociação salarial e os sindicatos estão levando para as assembléias”, completou.
Quando questionado sobre o porquê de reenvio de uma proposta que já foi apreciada e não aceita, Pinheiro explicou que será discutida pelo conselho de administração da Petrobras em assembléia no dia 15 de dezembro, proposta de redução no percentual mínimo de adesão à proposta de repactuação. O presidente do fundo de pensão não soube dizer para quanto seria diminuído o limite mínimo. “Eles (o conselho) vão discutir a diminuição. (A redução no porcentual de adesão) depende da deliberação do conselho de administração” disse. Além disso, de acordo com o presidente do fundo de pensão, será debatido ainda uma extensão no prazo de adesão à proposta, para até fevereiro do ano que vem.
Em divulgações anteriores, o fundo de pensão informou que o tamanho do déficit atuarial é de R$ 4,5 bilhões, mas sindicalistas apontam que a dívida chega a R$ 9,3 bilhões. Em agosto deste ano, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, explicou que as negociações entre a Petros e a Petrobras para zerar o déficit do fundo foram iniciadas há mais de dois anos. O objetivo é repactuar, em 30 anos, o déficit do fundo. Em contrapartida, todas as ações na Justiça contra a Petros seriam extintas. A proposta precisava ser aprovada por 95% dos 95 mil participantes do fundo de pensão, ou seja, por 90.250 petroleiros.