O presidente estadual do PT, deputado federal Carlos Abicalil, afirmou que já comunicou ao partido que não possui pré-disposição alguma de disputar a Prefeitura de Cuiabá no pleito deste ano. Com a decisão do parlamentar, o diretório municipal da Capital fica numa “saia-justa” para encontrar um nome com a mesma viabilidade eleitoral para liderar o projeto próprio.
Considerada outra importante via no processo sucessório, a senadora Serys Slhessarenko (PT) também esboça pouca intenção de assumir o compromisso. Serys afirmou recentemente que “esse não é o seu momento”, deixando a responsabilidade de encontrar uma saída ao partido na Capital.
Outros dois militantes: o assessor parlamentar Vicente Vuolo e o médico Alencar Farina já se colocaram à disposição da sigla para disputar a Prefeitura. Farina ingressou na legenda no ano passado e em 2004, no extinto PL, integrou a chapa majoritária petista, no cargo de vice-prefeito, liderada então pelo deputado Alexandre Cesar.
Ao avaliar a possibilidade de colocar seu nome à disposição do partido, Abicalil foi enfático: “não estou desistindo porque não sou candidato de mim mesmo. Nunca fui pré-candidato e não tenho interesse pessoal neste processo”, disparou. O parlamentar reiterou ainda que não menciona conversar novamente com a sigla a respeito do assunto.
O partido, por sua vez, argumenta que aguarda uma resposta do deputado que teria pedido prazo até o dia 30 deste mês para se posicionar. “Não vou voltar a falar nesse assunto com o partido. Eles já conhecem minha posição. Não pretendo ser candidato”, acrescentou. Lembrou também não deseja participar das prévias da sigla.
Cientes de que Abicalil dificilmente mudará de opinião, a direção do PT da Capital aposta as fichas no nome da senadora. Contudo, Serys afirmou que “o partido tem outros bons nomes” para assumir o projeto próprio. “Acho que não é meu momento. Tenho outras atribuições no Senado e pretendo me dedicar às ações e projetos para meu povo”, disse em entrevista recente ao Diário. Com o atual quadro, o PT fica com as opções de Farina e Vuolo.
Uma eventual confirmação de Abicalil na liderança do projeto do PT também passa por celeumas internas. O parlamentar venceu o pleito interno no dia 2 de dezembro de 2007, assegurando assim o comando Estadual do PT em substituição a senadora Serys. O parlamentar enfrentou, no processo de disputa, ala da legenda que defendia a reeleição de Serys na presidência do partido.
Entre os principais aliados da senadora estava o então presidente municipal do PT, Jairo Rocha. O ex-dirigente por sua vez apoiou a eleição do atual presidente do partido, Vilson Aguiar. Ciente do mapa político interno, Abicalil prefere dirigir suas atenções às tarefas de parlamentar e ainda na coordenação regional do PT. O quadro já leva o PT da Capital a analisar possíveis composições visando as próximas eleições.
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