domingo, 22/12/2024
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Pesquisadores do Ceará identificam a presença da bactéria em ostras

A análise de ostras coletadas de um criadouro natural no rio Cocó, em Fortaleza (CE), não deixa dúvidas. Banhistas e freqüentadores de áreas estuarinas poluídas estão sempre expostos ao risco de terem de enfrentar um grave problema de saúde pública.

“Naquela região em particular diversas famílias vivem da ostreicultura feita nos manguezais. Também por existir uma área de lazer, com a presença de várias barracas de praia, as ostras são consumidas no local pelos visitantes”, explica Norma Evangelista-Barreto, pesquisadora do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (UFC), à Agência FAPESP.

Como o rio Cocó recebe, antes de chegar à foz, muito esgoto clandestino, a poluição ambiental na área é grande. O ciclo entre a bactéria presente nos dejetos e o corpo humano acaba sendo fechado pelo molusco, que depois de coletado na água contaminada é ingerido pelo homem.

“Devido ao intenso consumo de ostras em praias brasileiras resolvemos investigar a presença de certas bactérias nelas”, explica Norma. O trabalho mais recente apresentado pelo grupo, publicado na Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, enfocou apenas a presença ou a ausência do gênero Aeromonas.

Segundo a pesquisadora da UFC, é sabido que esse tipo de bactéria pertence a um grupo considerado emergente na capacidade de provocar gastroenterites em humanos. “Trabalhos anteriores identificaram a presença de Escherichia coli, proveniente da contaminação fecal, de Salmonella, que deveria apresentar valor zero no caso das ostras, e de Enterecoccus, também encontrados em níveis superiores ao permitido pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, disse.

No caso das pesquisas com o gênero Aeromonas, o grupo realizou 30 coletas quinzenais de ostras (Crassostrea rhizophorea), oriundas de um criadouro natural no próprio estuário. Em 50% dos casos, os testes deram positivos para a presença da bactéria emergente, que pode provocar infecções em humanos.

“Esses dados são importantes para chamar a atenção dos freqüentadores daquela área, principalmente crianças”, disse Norma, que explica ainda não ser possível quantificar os dados obtidos. “Não podemos afirmar que esse valor é alto ou baixo porque não existe na nossa legislação limite para a presença de Aeromonas nos alimentos.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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