Pesquisa mostra ainda que 32,53% das granjas operam no ciclo completo, demonstrando um nível elevado de independência e controle das etapas produtivas
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O resultado de trabalho foi apresentado durante o Seminário da Suinocultura de Mato Grosso realizado no início deste mês em Cuiabá. A iniciativa teve como objetivo conhecer, de forma mais detalhada, toda a cadeia da suinocultura no estado, e com isso, traçar um perfil dos produtores e suas necessidades. O E-book denominado Diagnóstico da Suinocultura em Granjas Mato-Grossenses, vai dar subsidio, tanto para os suinocultores quanto para a entidade planejar e realizar ações que possam melhorar e ampliar ainda mais a atividade em Mato Grosso.
O levantamento foi elaborado com base em 83 entrevistas realizadas nas macrorregiões de Mato Grosso. De acordo com o resultado, um dos maiores desafios enfrentados pelos criadores é em relação ao acesso ao crédito, 53% dos criadores revelaram dificuldades de acessar crédito para a atividade.
“Esse é um problema conhecido e enfrentado não só pelos criadores de suínos, mas pelo setor agropecuário em sua maioria. A Acrismat há muito tempo busca formas de minimizar este problema, solicitando a criação de linhas de crédito para custeio e investimento na atividade”, explicou o presidente da Acrismat, Frederico Tannure Filho.
O levantamento apontou que 75,90% dos suinocultores têm mais de 50 anos. Esse dado revela um perfil experiente, mas também destaca a necessidade de planejar a sucessão nas granjas, já que muitos produtores estão próximos da aposentadoria. A baixa participação de jovens, representando apenas 7,23% dos entrevistados, levanta preocupações sobre a continuidade da atividade e a renovação de lideranças no setor.
“Esse é também um desafio muito comum na suinocultura, que é a sucessão familiar no negócio. A maioria dos criadores passam de geração para geração o comando da atividade, e isso sem dúvida mostra a necessidade do engajamento dos jovens a desde cedo se capacitarem e estarem sempre envolvidos na atividade da família, visto que a suinocultura avançou muito nos últimos anos, mesmo assim é uma atividade cíclica, que de tempos em tempos enfrenta períodos de crise”, destacou Tannure.
A pesquisa evidenciou um alto nível de qualificação entre os produtores: 43,37% possuem ensino superior completo e 8,43% têm pós-graduação. Esse cenário reflete avanços na profissionalização e no acesso a tecnologias e práticas modernas, o que contribui para a competitividade do setor. Contudo, uma pequena parcela, 6,02%, ainda não concluiu o ensino fundamental, indicando áreas nas quais a capacitação pode ser fortalecida.
Estrutura e produção
Ainda de acordo com o levantamento, a diversidade das granjas de suínos em Mato Grosso, com áreas que variam de 2 a mais de 10.000 hectares. Em propriedades menores, com até 50 hectares, a suinocultura ocupa 36,83% da área, enquanto em propriedades médias, com até 100 hectares, a ocupação sobe para 44,48%. Nas maiores, a suinocultura representa uma atividade complementar, sendo parte de portfólios diversificados que incluem culturas agrícolas e pecuária extensiva.
A estrutura operacional também varia significativamente: 39,76% das propriedades empregam até cinco funcionários, enquanto 28,92% possuem mais de 20 colaboradores, refletindo os diferentes modelos de produção entre pequenos e grandes produtores. A pesquisa mostra ainda que 32,53% das granjas operam no ciclo completo, demonstrando um nível elevado de independência e controle das etapas produtivas.
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