“Nós estamos tentando, mas o cobertor é curto”, diz o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado (Sindpeco/MT), Márcio Godoy, sobre o grave problema da falta de efetivo de peritos no estado. Os profissionais já começam a se descolar de um município ao outro para impedir o fechamento das unidades.
Os casos mais recentes são de Tangará da Serra e Água Boa. No primeiro município, dois peritos de Cuiabá foram para ajudar o único profissional que ficou no local, pois dos 4 profissionais lotados naquela Coordenadoria Regional, dois estão com licença para tratamento de saúde e outro servidor está afastado devido cumprimento de Mandado de Internação expedido pela Justiça do Estado do Espírito Santo.
Em Água Boa, apenas um perito realizava plantão de 24h todos os dias, pois o outro, lotado no município, assumiu vaga de concurso para o mesmo cargo em outro estado, cuja remuneração é mais atrativa. Por isso, dois peritos saem de Barra do Garças para dar suporte às demanda da região de Água Boa.
Isso acontece agora e pode acontecer outras vezes porque o número de profissionais da perícia está muito abaixo do indicado pela Associação Brasileira de Criminalística (ABC). “A ABC fez um estudo e concluiu que o ideal de peritos seja de um para 5 mil habitantes, mas em Mato Grosso o número é de 1 para 21,7 mil habitantes”, lembra Godoy.
De acordo com o presidente, a esperança é que haja concurso público o mais breve possível para a área este ano, como o Governo do Estado tem sinalizado. “Nós continuamos trabalhando para conseguir atender o máximo que conseguimos, mas a demanda tende a aumentar devido ao crescimento populacional, e o nosso efetivo tem que acompanhar esse crescimento.”