Na coletiva quando discorreu sobre a instalação da CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde em Cuiabá pela Assembléia Legislativa, o deputado estadual Percival Muniz cobrou mais empenho do Governo do Estado no que toca à situação das unidades hospitalares recentemente adquiridas e aquelas que se encontram ainda inoperantes, em prejuízo da saúde pública. O prefeito Wilson Santos, o secretário de Saúde da capital, Luiz Soares e o senador Osvaldo Sobrinho reuniram-se com o deputado na sede do Legislativo.
“O propósito é levantar toda a situação da saúde pública, começando por Cuiabá e onde for necessário (demais municípios de Mato Grosso). Nosso objetivo é solucionar as pendências ora registradas na saúde da Capital. E a CPI já provoca resultados: o próprio prefeito Wilson Santos nos afirmou ser possível fechar ainda hoje um entendimento com os médicos do Pronto Socorro para que voltem a trabalhar. Isto seria ótimo. O Governo do Estado também sinaliza que pode utilizar um desses hospitais fechados (recentemente adquiridos da área privada) para atender aqui em Cuiabá. Então, a criação da CPI foi positiva”, comentou o deputado.
O importante, na avaliação de Muniz, foi que o Município e o Estado já se mexeram, após a CPI, para buscar um compromisso coletivo para melhorar o sistema de saúde pública. “Os que acham que ela está boa é porque não vivenciam a situação atual, com problemas que se repetem não apenas em Cuiabá, mas em todo o Estado”.
Segundo Percival Muniz, quando da criação, o SUS – Sistema Único de Saúde foi concebido como sendo de responsabilidade do Estado (União e demais instituições gestoras). “Trata-se de um instrumento para garantir a vida das pessoas que não têm condições de bancar atendimento em unidades privadas”. Porém, nos últimos anos, observou, muitos órgãos reajustaram seus orçamentos, e a Saúde Pública ficou em segundo plano. “Não adianta manter apenas o meio vivo; é preciso que o cidadão – pagador de impostos – possa ficar vivo também”.
Muniz afirma que os órgãos públicos podem colaborar financeiramente para instituir uma saúde de boa qualidade e reverter esse quadro de caos que é verificado no setor em todo o território de Mato Grosso: “É possível que todos colaborem.Se o Governo do Estado quiser – juntamente com parcerias entre o Município e a Assembléia Legislativa – dá pra tirar um pouco de recurso de cada órgão. Desde que haja consenso, prioridade para investimentos na saúde pública”.
O deputado Percival Muniz adiantou que a CPI da Saúde irá levantar também uma forma de ampliação dos recursos estaduais aplicados no setor. “O Estado de Mato Grosso precisa colocar um hospital estadual para funcionar na Capital. Não tem como ficarmos sem esse hospital, já que existem similares em outros municípios de Mato Grosso. É preciso fazer funcionar os que foram adquiridos pelo Estado. Caso contrário, não se justifica a sua aquisição. Se fosse para continuarem fechados, não era pra ter empregado dinheiro nessa transação. E é vital que outros sejam construídos para atender à demanda na Capital e interior. Vamos cobrar isto”.
