A segunda maior unidade prisional de Mato Grosso, a Penitenciária Major Eldo de Sá Correa, conhecida por Mata Grande, localizada em Rondonópolis (MT), contou com a visita do deputado estadual e presidente da Comissão de Segurança Pública e Comunitária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Delegado Claudinei (PSL). O parlamentar foi recepcionado pelo diretor da instituição, Ailton Ferreira, que apresentou toda a estrutura, os projetos de ressocialização com os reeducandos e toda a dinâmica de trabalho dos policiais penais dentro do presídio.
O encontro teve o propósito de levantar as principais necessidades da instituição, como, também, conhecer de perto todas ações desenvolvidas pela unidade prisional juntamente com os reeducandos. “Na verdade, aqui é um modelo a ser seguido em todo o Brasil, principalmente em relação aos projetos de ressocialização com os reeducandos que garantem a remição da pena e o preso tem a oportunidade de trabalhar, ser remunerado e não ficar pensando em praticar mais crimes”, comenta Claudinei.
Pandemia
Em relação aos casos de Covid-19 dentro da penitenciária, Ailton informou que não houve nenhum reeducando contaminado com a doença. “Hoje não tem casos confirmados ou suspeitos na unidade de Rondonópolis. Seguimos uma filosofia, em que nossas ações estão voltadas para a segurança, disciplina e ressocialização. Desde março, os presos não fazem ou recebem visitas de familiares para evitar a disseminação da doença dentro do presídio”, explica o diretor.
Um dos protocolos seguidos pela Mata Grande para evitar o contágio entre os reeducandos é a proibição de visitas presenciais de familiares e advogados, tanto que contam com uma sala de videoconferência. Outra iniciativa é a realização de isolamento por 14 dias de pessoas que acabaram de serem presas – em cela individual – para verificar se apresentam algum sintoma da Covid-19, antes de juntá-las com os outros recuperandos.
De acordo com dados da última terça-feira (25), o Boletim Epidemiológico da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp) aponta que foram 302 casos confirmados de servidores infectados pela Covid-19 e três óbitos. Em relação aos recuperandos, foram 1.161 contaminados nas unidades prisionais e duas mortes decorrentes da doença.
Ressocialização
A Mata Grande promove trabalhos extramuros entre os recuperandos que, neste período da pandemia, foram suspensos por tempo indeterminado. “Temos vários projetos extramuros com a população carcerária e conseguimos reinseri-los na sociedade com dignidade e com uma profissão. Já realizamos cerca de 302 obras desde 2012 para cá. Um recuperando que está trabalhando, ele é remunerado. Temos importantes parceiros e tem projeto em que o preso vai trabalhar 6h da manhã e retorna às 17h para a penitenciária”, esclarece Ailton.
Uma das atividades intramuros oferecidas aos reeducandos dentro da penitenciária são de costura para a confecção de roupas, horta para o cultivo de legumes e hortaliças, padaria e confeitaria, artesanato, marcenaria e serralheria para a produção de móveis. “Fiquei muito feliz em conhecer todos os trabalhos desenvolvidos por essa unidade prisional. Lutarei mais ainda pelo fortalecimento das instituições de segurança pública. Agradeço a receptividade do diretor da unidade e de todos os servidores que desenvolvem os seus trabalhos com excelência nesta penitenciária”, elogia o deputado.
O diretor da penitenciária ressalva que os aprendizados adquiridos pelos reeducandos é a garantia de terem a oportunidade de renda e trabalho quando cumprirem a pena. “Eles têm a chance de serem encaminhados para empresas e colocar em prática o que aprenderam aqui dentro. É uma mão-de-obra qualificada que muitas empresas aproveitam. Todos que trabalham são remunerados. O valor recebido varia de cada reeducando, uns recebem um salário mínimo, meio ou 1/3 do salário”, diz.
O governo de Mato Grosso conta com cerca de 52 unidades penais do Sistema Penitenciário. A penitenciária Mata Grande hoje conta com cerca de 1.500 reeducandos, sendo 350 na cadeia pública com presos provisórios e o restante já com a condenação estabelecida.