quinta-feira, 07/11/2024
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Penha muda versão sobre o escândalo

A ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino, voltou atrás no depoimento que deu à Polícia Federal e negou ontem que tenha qualquer conhecimento sobre esquemas para compra irregular de unidades móveis de saúde e equipamentos médicos através de emendas parlamentares. A ex-assessora, que concedeu uma entrevista aos três principais jornais de Cuiabá, disse que nada do que foi divulgado até agora sobre seus depoimentos é verdadeiro e que nunca afirmou que deputados recebiam propina do esquema.

“O que eu disse foi que quando trabalhei na Planam nós fizemos projetos para quase um terço da Câmara no sentido de emenda parlamentar. Elaboração de projeto. Agora, se a empresa executou, tipo, lá na ponta, realizou licitação, vendeu os equipamentos para tudo isso, eu não sei. Eu não tinha conhecimento disso aí”, disse a ex-assessora.

Penha contou que durante aproximadamente um ano na Planam, trabalhou em 283 projetos para liberação de emendas em consultoria de municípios de todo o Brasil. Esses projetos estariam no conteúdo do HD entregue pelo então advogado de defesa da Penha, Eduardo Mahon, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que foi guardado como forma de precaução pela ex-assessora.

“Quando eu saí da empresa, eu tive o cuidado de copiar tudo que eu fiz lá. O meu trabalho é técnico. Foi precaução. Não sabia o dia de amanhã”, disse Penha, que não quis revelar o nome dos deputados que fizeram emendas beneficiando os municípios para os quais fez projetos.

Sobre o pagamento de propina, Maria da Penha afirmou que revelou à PF o que ouvia dentro do escritório, pelo motorista da empresa. “Nem ele nem ninguém sabia onde era colocado esse dinheiro e para quem que era. Eu não posso ser irresponsável de dizer que sei de pagamento de propina sendo que nunca vi. Como posso falar de uma coisa que nunca vi?”, argumentou Penha.

Em depoimento à Polícia Federal, posteriormente divulgado pela imprensa nacional, Maria da Penha Lino revelou a participação dos deputados e afirmou a existência do esquema. Pelo depoimento, Maria da Penha disse, por exemplo, que a deputada Elaine Costa (PTB/RJ) estava envolvida no esquema “até o pescoço” e que o senador Ney Suassuna (PMDB/PB) também recebia propina dos empresários do grupo Planam.

“Não existe qualquer fundamento nas acusações do Ministério Público Federal e Polícia Federal contra mim. É falta de conhecimento do MPF e PF do funcionamento das instituições públicas as quais estão investigando. Na verdade, a minha indicação ao Ministério da Saúde foi através da liderança do PMDB e pelo meu conhecimento ao longo de quase 20 anos na área”, falou Penha.

A ex-assessora reafirmou que saiu da Planam brigada com os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin porque discordou de como trabalhavam e de coisas que eles falavam. “Os caras me exploraram, usaram da minha boa fé, da minha atitude. Foram as minhas atitudes que me fizeram sair de lá, porque eu não concordava”, questionou Maria da Penha.

Conforme Penha, Darci argumentava que ela não deveria ligar para os municípios ou entidades para saber do que estavam precisando porque as emendas eram deles.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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