Quase cinco meses após o encerramento da Copa do Mundo da Alemanha, o técnico do Brasil na competição, Carlos Alberto Parreira, apresentou nesta quarta-feira uma análise tática detalhada do que as equipes fizeram no Mundial, mas o treinador excluiu seu próprio time da explanação.
Numa apresentação de quase uma hora durante o 3o. Fórum Internacional do Futebol, coordenado pelo próprio Parreira, o atual técnico da África do Sul destacou a tendência das equipes de jogarem com apenas um atacante e considerou o contra-ataque como arma mais eficiente do futebol atual.
Ao avaliar a seleção da França, algoz do Brasil nas quartas-de-final e vice-campeã mundial, Parreira apresentou fotos do esquema tático 4-4-1-1 adotado pelo técnico Raymond Domenech, e alegou ter sido impossível marcar o maestro Zinedine Zidane, que desequilibrou a partida para os franceses na vitória por 1 x 0.
“A tendência das equipes é passar a jogar só com um atacante. Quando a França tirou o Trezeguet e passou a jogar com mais um homem de marcação no meio-campo, o Zidane ficou livre pelo campo todo”, disse Parreira, que após o Mundial foi substituído na seleção brasileira por Dunga.
“Tinha que marcar o Zidane, mas marcar como? Ele foi o jogador solo da França, ia na esquerda, ia na direita, voltava no meio…”, acrescentou o treinador.
Sem citar a equipe brasileira em nenhum momento, a não ser em uma lista das melhores defesas — ao lado da campeã Itália, França e Suíça — Parreira deixou transparecer uma certa decepção com alguns jogadores de sua equipe, mas sem citar nomes.