“Foi uma decisão que há muito o País espera”, disse o senador José Sarney (PMDB-AP). “Encerra-se aí uma prática de longa data que não tem por que continuar.”
Para o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), presidente nacional do partido, o nepotismo se choca com o desejo do País de contar com um serviço público de qualidade. “Tem de acabar com esse negócio da república dos parentes”, defendeu. “O argumento de que contrato meu parente porque ele é qualificado não se justifica. Não faz sentido premiar parente com emprego, quando o País busca eficiência e desempenho.”
Mão Santa (PMDB-PI), mesmo tendo de demitir a mulher, Adalgisa – que ocupa cargo de confiança em seu gabinete no Senado -, para se adequar à norma, apoiou a decisão do STF. “Ela é sempre eficiente e trabalhamos juntos, desde o início de nossa carreira política, porque a lei permitia”, argumentou.
Ele disse que a história conta fatos interessantes de parentes que estiveram juntos na vida pública, como o presidente argentino Juan Domingos Perón e sua mulher, Evita, e o brasileiro Getúlio Vargas e sua mulher, Darcy Vargas. “A lei é uma inspiração divina, mas é feita por homens e é claro que eu vou cumpri-la”, afirmou.
Ainda assim, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), terá de adotar algum tipo de fiscalização para acabar com o nepotismo, tanto da parte de seus colegas senadores, como de servidores da administração da Casa – incluído aí o chamado nepotismo cruzado.
O primeiro-secretário da Casa, Efraim Morais (DEM-PB), por exemplo, é um típico caso de nepotismo. Ele demitiu no dia 7 a filha Caroline Morais, de 21 anos. Mas emprega, ainda, sobrinhos seus e de sua mulher. Efraim diz que são pessoas de sua confiança.
U.Seg