Os paredões do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, estão ameaçados de desmoronamentos de rochas provocados por processos erosivos naturais e ações do homem. Na semana passada, o laboratório de Sadimentologia do Departamento de Geologia da Universidade Federal de mato Grosso (UFMT) fez novo alerta para as autoridades. Na avaliação do professor Gerson Souza Saes, os riscos de fraturamento das rotas areníticas daquela região são totalmente previsíveis, se forem analisadas as imagens de satélite das escarpas, que demonstram os pontos de alto risco de desmoronamento a partir de padrões de fraturamento vertical das rochas.
Gerson é taxativo ao afirmar que a ponte na estrada estadual Emanuel Pinheiro, no ponto conhecido como Portão do Inferno vai cair. “É num tempo geológico e de acordo com o uso que se faz daquele local, mas não tenho dúvidas, vai cair”, disse. Outra revelação impressionante do especialista é de que também num tempo geológico, as escarpas da Chapada estão recuando em direção ao Leste, no Vale do Araguaia.
O Parque Nacional de Chapada dos Guimarães é um dos mais visitados do país. Foi criado há 19 anos, com 33 mil hectares e tem em seu entorno uma Área de Proteção Ambiental (APA) estadual de 200 hectares. Para o Departamento de Geologia da UFMT, a fragilidade das escarpas de arenito da região de Chapada naturalmente provocam desmoronamentos. No entanto, pelos dados que se tem da ocupação no entorno do parque, a falta de um Plano de Manejo da unidade de conservação e o aumento intenso do tráfego de caminhões na estrada estadual que corta o parque podem estar provocando uma avalanche.