No final do G20, foi anunciado, dentre outras medidas, que se iria lutar pelo fim dos paraísos ficais e, em breve, seria apresentada uma “lista-negra” sobre aqueles onde a fiscalização é nenhuma. Ou seja, paraísos onde o sigilo bancário é absoluto e a cooperação internacional só ocorre em casos de suspeita de lavagem por terroristas ou narcotraficantes.
Não foi dito, no entanto, que a “lista-negra” já existe e estava com o anfitrião Gordon Brown, premier britânico.
Mais ainda, um levantamento feito pela Ocse (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e entregue a Gordon Brow mostra que nos paraísos ficais, on-shore e offshore, os depósitos chegam a 7,0 trilhões de dólares.
Parêntese: no planeta existem 40 paraísos fiscais.
Na tal “lista-negra” os paraísos foram divididos conforme o nível de cooperação e fiscalização. Encabeçariam a tal “lista-negra” Costa Rica, Uruguai, Filipinas e Malásia. São considerados paraísos irredutíveis, isto é, zonas livres que não aceitam qualquer tipo de regra.
Com Gordon Brown estaria, também, uma “lista cinza”. Vale dizer, de países que aceitam algumas regras e pretendem melhor.
Suíça e Luxemburgo seriam os dois paraísos relacionados na “lista-cinza”. A Suíça teria um volume financeiro de aproximadamente 1 trilhão de dólares. Luxemburgo, por seu turno, cerca de quatrocentos bilhões de dólares.
PANO RÁPIDO. O aperto nos paraísos pelo G20, na verdade, decorre do fato de eles aceitarem remessas de capitais de fora, objeto de evasões fiscais. Os EUA, conforme revelado pelo Tesouro, perde anualmente 100 bilhões de dólares em taxas. Esse valor acaba em paraísos fiscais.
Não precisa ter esfera de cristal para concluir que, em tempo-bicudo da economia, o “bolso” dos países mais industrializados fica mais sensível e os olhos mais atentos. O premier Brown não falou nada a respeito dos paraísos fiscais britânicos, em especial os do canal da Mancha.
Terra–Wálter Fanganiello Maierovitch–