quinta-feira, 21/11/2024
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Para Famato Zoneamento da Cana vai afetar economia de MT

“Esta medida vai engessar o setor sucroalcooleiro de Mato Grosso e condená-lo a estagnação. Éramos o quarto colocado no ranking nacional na produção de alcool, hoje somos o sexto e já estamos muito próximos de ser o sétimo por conta de tantos entraves”. Alertou o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) Normando Corral, sobre a proposta de zoneamento agroecológico da cana-de-açucar (ZAE Cana), anunciado nesta quinta-feira pelo governo federal.

O ZAE proíbe a construção de novas usinas e a expansão do plantio em qualquer área da Amazônia, Pantanal, da Bacia do Alto Paraguai ou em vegetação nativa de outros biomas, o que para Corral chega como um ‘homicídio’ na atividade sucroalcooleira de Mato Grosso, já que a maior parte da produção de cana do estado, se encontra nos biomas proibidos.

De acordo com os novos critérios, a expansão da cana-de-açucar poderá ocorrer em 7,5% de território nacional, no entanto para Mato Grosso este índice será zero, segundo Corral. A proibição atinge 115 dos 141 municípios do estado, os 26 que não serão impedidos de produzir são grandes produtores de grãos e por conta da segurança alimentar não plantam cana.

Em relação a produção de etanol a intenção do governo federal é chegar a 2017 com aumento de quase 100% sobre os números atuais, o que elevaria a área plantada para 1,7% do território nacional, enquanto que o estado de Mato Grosso permanecerá com a atividade ocupando apenas 0,2% de seu território “Mais uma vez o estado, que tem dado exemplo de produção, está sendo oferecido de bandeja, para que o governo possa dar respostas a comunidade internacional. Acontece que não fomos nós que pecamos em relação ao meio ambiente. 64% de nosso território está preservado. Não fomos nós que pecamos e Mato Grosso não pode ser considerado como terra santa”. Frisou.

O vice-presidente ressaltou ainda que o desenvolvimento social, a partir de agora, começa a ser ameaçado pelos critérios desse projeto, que poderá inviabilizar o andamento do processo de instalação de quatro usinas nos municípios de Denise, Tangará da Serra (2) e Juara.

“Com o funcionamento dessas empresas dobraríamos nossa produção, e consequentemente o número de empregos gerados, que hoje são cerca de 20 mil. Por esses motivos solicitamos ao Governo do Estado que interfira junto ao Federal para que os projetos já protocolados no órgão ambiental desde de maio de 2008 não sejam afetados”.

A expectativa dos produtores matogrossenses é se a proposta será encaminhada ao Congresso Nacional por meio de projeto de lei ou por decreto. “Se for por projeto há ainda a possibilidade de ser alterado, esperamos que seja assim, pois contamos com a sensibilidade da Casa quanto aos apelos da sociedade matogrossense que não pode ficar marginalizada. Hoje é a cana e amanhã o que vai ser?”, Indagou Corral.

Elisete Mengatti / Cleber Gellio

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Parmenas Alt
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