domingo, 22/12/2024
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Para 82%, da população políticos não cumprem promessas de campanha

A Pesquisa Perfil do Eleitor Brasileiro: Voto, eleições e corrupção eleitoral, divulgada nesta terça-feira pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), mostrou que para 82% dos entrevistados, a maioria dos políticos não cumpre as promessas que faz durante a campanha.

O levantamento também mostra que 85% dos eleitores brasileiros acham que, de modo geral, os políticos são os principais beneficiados nas eleições. No Brasil, apenas 12% acreditam que a política é uma atividade na qual o povo é o principal beneficiado.

Para o coordenador da campanha Eleições Limpas da AMB, Paulo Henrique Machado, os eleitores estão mais conscientes da importância do seu voto. “O eleitor condena essa postura, não acha certo que a pessoa troque seu voto por alguma vantagem”, comentou.

Corrupção eleitoral

A pesquisa aponta que 52% dos brasileiros não confiam no resultado das eleições e consideram que as eleições no Brasil não são realizadas de maneira limpa ou sem fraudes. De acordo com o levantamento, 30% dos entrevistados avaliam a apuração como confiável.

Segundo Paulo Henrique Machado, as fraudes incluem desde a coação de determinados candidatos até a compra explícita de votos. “A fraude é tanto na questão da liberdade de escolha como fraudes que possam alterar resultado das eleições. De uma maneira geral, o nosso processo eleitoral em sentido amplo ainda é comprometido, ainda é maculado e ainda é contaminado por elementos estranhos”, ressaltou.

O levantamento mostrou ainda que 69% dos eleitores não conhecem casos de compra de votos. Apenas 30% afirmaram conhecer casos. Do total de entrevistados, 72% sabem que existe lei contra a compra de votos e que, portanto, a prática é crime.

Disposição para denunciar casos de corrupção

Os dados revelam também que 60% denunciariam casos de corrupção nas eleições, enquanto 22% afirmam que “com certeza” não denunciariam. Indagados sobre quem deveriam procurar para fazer a denúncia, 50% afirmaram que procurariam a Justiça Eleitoral, enquanto 18% recorreriam ao Ministério Público e, os demais 18%, à polícia.

De acordo com o presidente da AMB, este é um sinal de que o eleitor brasileiro está mais consciente de seu papel. O coordenador-geral da AMB, juiz Paulo Henrique Machado, acrescentou que o combate eficaz à corrupção eleitoral depende da colaboração da sociedade.

Pires justificou o fato de a pesquisa não questionar sobre a inclusão de candidatos com ficha suja na Justiça nas eleições. Ele disse que a questão não faz parte da pesquisa feita em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque é um assunto restrito ao tribunal. “Isso daria a falsa impressão de que a AMB tem algum envolvimento ou interfere de alguma forma nesse processo, de candidato com ficha suja, o que não é a intenção”, explicou.

Quando questionados se, no Brasil de hoje, ainda acontecem casos em que pessoas votam em algum candidato apenas por medo de perder o emprego, 73% dos eleitores responderam que sim. Outros 17% dizem que não e os demais 10% não responderam ou não souberam avaliar.

Para 76% dos ouvidos, o político é mais importante do que o partido na hora da escolha em quem votar. Os três fatores mais importantes para escolher um candidato, de acordo com os entrevistados, são: propostas de trabalho, benefícios que poderão ser concedidos ao bairro e à comunidade e experiência pessoal do político.

Além disso, para 68% dos entrevistados é muito importante ou importante que o político seja simpático. Uma pequena parcela dos ouvidos (5%) concorda que o eleitor pode receber ajuda em troca do voto. No entanto, 61% dos entrevistados disseram conhecer pessoas que aceitariam votar em um candidato em troca de vantagens pessoais.

A pesquisa detalhou algumas expectativas dos entrevistados em relação aos políticos. Para a maioria dos ouvidos (93%), é obrigação dos políticos fiscalizar contas das prefeituras. Grande parte dos entrevistados entende que eles deveriam tentar resolver problemas pessoais de seus eleitores.

Para 42% dos entrevistados, por exemplo, é obrigação dos políticos pagar despesas de hospital e de enterro para pessoas necessitadas. Para 40% dos ouvidos, isso “não é obrigação, mas deveria fazer”. Apenas 17% consideram que os políticos “não deveriam fazer de jeito nenhum”.

Na avaliação da maioria dos entrevistados, os políticos deveriam dar proteção para pessoas ameaçadas, ajudar eleitores a conseguir emprego, providenciar dinheiro para pessoas necessitadas e construir escolas e hospitais. A pesquisa foi feita pelo instituto Vox Populi entre os dias 27 de junho de julho. Foram ouvidas 1.502 pessoas com mais de 16 anos residentes em todas as regiões do País.

Voto obrigatório

A pesquisa abordou ainda a obrigatoriedade do voto. O levantamento mostrou que 30% dos brasileiros “com certeza” não votariam se o voto não fosse obrigatório. Outros 8% “provavelmente” não votariam. Os que “sem dúvida” votariam ainda é maioria: 51% dos eleitores.

A resposta oscilou de acordo com a região. No Sul e no Norte, os que “com certeza” votariam somam 60%, enquanto no Nordeste o índice cai para 47% e, no Sudeste, para 48%. Já no Centro Oeste, 55% votariam “com certeza”.

AdoEst

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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