Pontífice discursou no 7º Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais em Nur-Sultan
O papa Francisco fez um alerta no Cazaquistão contra a instrumentalização da religião. “Não justifiquemos nunca a violência. Não permitamos que o sagrado seja instrumentalizado pelo que é profano. Que o sagrado não seja apoio do poder e o poder não se apoie na sacralidade!”, disse o pontífice argentino no discurso de abertura do 7º Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais em Nur-Sultan, nesta quarta-feira, 14. O encontro, criado em 2003 e que acontece a cada três anos, é marcado pela ausência do patriarca da Igreja Ortodoxa russa, Kirill, próximo ao presidente Vladimir Putin e partidário da guerra na Ucrânia. Francisco defendeu a “liberdade religiosa”, um “direito fundamental, primário e inalienável, que é necessário promover em todas as partes”. E pediu que as pessoas despertem do fundamentalismo que contamina e corrói todos os credos. “Libertemo-nos das concepções redutivas e ruinosas que ofendem o nome de Deus por meio da rigidez, dos extremismos e dos fundamentalismos, e o profanam por meio do ódio, do fanatismo e do terrorismo”, acrescentou o pontífice. O discurso papal foi aplaudido pelas mais de 100 delegações de 50 países, que pouco antes participaram em uma oração silenciosa. Aos 85 anos e com muitas dores no joelho, o papa chegou na terça-feira a Nur-Sultan para uma visita de três dias ao maior país da Ásia Central, na 38ª viagem ao exterior desde sua eleição em 2013.
AFP-JovemPan