“Do diálogo com o Islã depende nosso futuro, é uma necessidade vital. Precisamos absolutamente manter um diálogo autêntico com o objetivo de superar as dificuldades”, afirmou o papa ante os 22 embaixadores e quinze representantes de associações representativas na Itália do mundo muçulmano convocados pelo Vaticano.
Durante o encontro, Bento 16 reiterou seu “respeito” para com a religião muçulmana após a polêmica suscitada por suas declarações sobre o Islã pronunciadas na Alemanha.
O chefe da Igreja Católica assegurou que estava “satisfeito de ter convocado a reunião para assim consolidar os laços de amizade entre a Santa Sé e os países muçulmanos do mundo”, sem entrar a fundo na controvérsia causada por seu pronunciamento sobre fé, violência e Islã na Universidade de Ratisbona e que desencadeou a ira da comunidade muçulmana.
“As circunstâncias das quais nasceu este encontro são conhecidas”, se limitou a dizer. O discurso do papa foi transmitido ao vivo pelas redes de televisão árabes e traduzido para o árabe pela assessoria de imprensa da Santa Sé.
A reunião, que durou cerca de meia hora, foi realizada na Sala Suíça da residência pontifícia e o discurso do papa foi pronunciado em francês. “O respeito exige reciprocidade, sobretudo do ponto de vista da liberdade religiosa”, afirmou o papa, citando o “memorável discurso do papa Karol Wojtyla aos jovens de Casablanca, no Marrocos”, acrescentou.
Bento 16 pediu aos diplomatas que levem em consideração “as lições do passado para que ajudem a buscar a via da reconciliação”. Os embaixadores se limitaram a ouvir as palavras do papa.
Depois de seu breve discurso, o papa se levantou de seu trono e saudou um por um seus hóspedes. A audiência foi transmitida pela televisão do Vaticano, assim como pelo canal árabe via satélite al-Jazeera.
Após o encontro, Edward Ismail Yelda, embaixador do Iraque na Santa Sé, assegurou à imprensa que o pontífice falou como era esperado ao querer construir “uma ponte entre as religiões”.
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