O papa Bento 16 aceitou um inédito pedido muçulmano de diálogo e convidou líderes islâmicos para reuniões no Vaticano, disse a Santa Sé na quinta-feira.
Um grupo de 138 acadêmicos muçulmanos escreveu para o papa e para outros líderes cristãos no mês passado, dizendo que “a própria sobrevivência do mundo” poderia depender do diálogo.
Bento 16 elogiou o “apelo para um compromisso comum pela promoção da paz”.
“Sem ignorar ou minimizar nossas diferenças como cristãos e muçulmanos, podemos e portanto devemos olhar para o que nos une, a crença em Deus”, escreveu o Vaticano em nota assinada por Tarcisio Bertone, secretário de Estado. A carta estava datada de 19 de novembro, mas só foi divulgada na quinta-feira.
A maioria dos outros líderes cristãos também deu respostas positivas.
O papa concordou em receber o príncipe jordaniano Ghazi bin Mohammad bin Talal, chefe do Instituto Real Aal al-Bayt para o Pensamento Islâmico, que coordena a iniciativa, junto com um pequeno grupo de signatários para discutir o tema.
Bertone também escreveu na nota que pode haver outros encontros entre as delegações.
A reunião deve ser um marco, em especial depois da polêmica do ano passado, em que um discurso do papa irritou todo o mundo islâmico.
Bento 16 ressaltou o “espírito positivo” da carta dos intelectuais muçulmanos, que citou o Alcorão e a Bíblia para mostrar que tanto o islamismo como o cristianismo consideram o amor a Deus seu maior mandamento, e o amor ao próximo o segundo.