Para seguir com o isolamento social, uma das medidas necessárias para evitar a propagação do vírus, e conseguir se manter no mercado, profissionais desta área têm se reinventado.
Uma pesquisa do Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) e a União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), aponta que a pandemia do coronovírus impactou 98% das empresas ligadas ao segmento, com uma média de 12 eventos cancelados. Para seguir com o isolamento social, uma das medidas necessárias para evitar a propagação do vírus, e conseguir se manter no mercado, profissionais desta área têm se reinventado.
O levantamento mostra ainda que 51% das empresas optaram pelo trabalho on-line e 35% dos empresários ouvidos negociaram crédito para realizar os eventos futuramente. É o caso da cerimonialista Joseane Franzan que teve oito eventos adiados entre formaturas, casamentos e aniversários.
“Não é um momento fácil para ninguém, principalmente para nós, que trabalhamos nesta área. Até o momento, não tive nenhum contrato cancelado e, neste período, tenho mantido o relacionamento com os clientes de forma online para dar-lhes suporte na parte de assessoria, com reorganização de agendas e a segurança de que agora, diante do cenário em que vivemos, o melhor é seguirmos o isolamento social para o bem das nossas famílias”, afirma Joseane proprietária do Cerimonial Emocionatta que atua no mercado desde 2015.
Segundo ela, os clientes não desistiram da realização do evento de forma presencial porque, em sua maioria, trata-se da concretização de um sonho. “E que agora, por conta da pandemia, não é possível acontecer na data planejada, pois seria uma grande irresponsabilidade. Entretanto, não cancelar é uma forma de mantermos a esperança de que, num futuro breve, vamos voltar a celebrar todas nossas conquistas, com muitos brindes, abraços e aquelas boas festas de ‘rebuça e tchuçá’, como diz o cuiabano”, pontua.
Um exemplo disso é o que conta o diretor pedagógico de uma escola e universidade em Cuiabá, Waldemir Oliveira, um dos clientes da cerimonialista que não cancelou a realização de nenhum evento. Até agora, apenas foram suspensas duas formaturas, uma que era para ser realizada em março e outra que aconteceria no próximo mês. “Inicialmente estamos adiando por achar que esse evento presencial é de suma importância para o aluno e família. Vamos aguardar passar esse período, em que necessitamos nos manter isolados e distantes socialmente, para podemos fazer a colação de grau presencial, um baile de formatura bonito e de encher de satisfação todas as famílias”, destacou Waldemir, elogiando toda a assessoria prestada pela cerimonialista.
CAIXA– Apesar da pandemia ter impactado de forma drástica o financeiro da empresa, a cerimonialista conseguiu manter os contratos e as parcerias, mesmo que os eventos, porventura, só venham ser realizados ano que vem. “Não posso cobrar dos meus clientes para que continuem realizando os pagamentos por conta de toda a nossa situação, mas não ficamos no vermelho porque havia uma reserva financeira. Apenas a construção do nosso escritório com sede própria que foi adiada.”, explica Joseane.
Além de manter junto aos clientes a assessoria à distância, a profissional tem aproveitado o momento para “mergulhar” numa imersão de cursos virtuais. “Estou aproveitando para me aperfeiçoar fazendo vários cursos pela internet. Quando estamos numa situação em que temos que sair da nossa zona de conforto, como é o caso da pandemia, é preciso pensar fora da ‘caixinha’, nos reinventar com a criação novos hábitos. Estou em busca de conhecimento para poder oferecer o melhor aos clientes agora e depois que essa pandemia passar”, finalizou.