Ministros, petistas, e empresários avaliam que o ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda) é um “abridor de portas” para aliados e o “interlocutor” escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para identificar resistências e aparar arestas no meio empresarial em favor da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidenciável do PT.
Se não fosse o episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro, ele poderia ser o candidato de Lula à Presidência. Há, porém, os que torcem o nariz para o ex-ministro da Fazenda.
Na área econômica, a pergunta que se faz é: qual Palocci irá integrar a campanha de Dilma, o conservador do passado ou um adaptado à nova fase do governo Lula? Sem falar em grupos do PT que criticaram sua intervenção em encontro de empresários de comunicação, quando condenou a ideia de “controle de mídia” lançada pelo partido.
O deputado integra o comando da campanha petista por escolha do presidente. Quando decidiu armar a estratégia da candidatura de Dilma, Lula foi claro sobre o papel do ex-ministro. “Você chama o [Fernando] Pimentel que eu chamo o Palocci”, disse a Dilma.
“Avalista”
Empresários veem o ex-ministro como “avalista” de Dilma. “Diga-me com quem tu andas, e eu direi quem tu és”. Foi com essa citação bíblica o empresário Jorge Gerdau define a importância do papel de Palocci na futura campanha à Presidência de Dilma.
Seguindo a mesma linha de Gerdau, o presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch, diz que o ex-ministro da Fazenda será o “interlocutor e apresentador” de Dilma no meio empresarial.
“Ele seria um dos avalistas da ministra. Não que ela precise de avalistas, mas avalista no sentido de continuar com o histórico de interlocução, flexibilidade e abertura que o governo do presidente Lula teve com a classe empresarial”, disse o empresário.
O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady Simão, é outro que diz não temer uma guinada à esquerda de Dilma, caso ela seja eleita, e conta com a presença de Palocci para dar “respaldo e segurança” à campanha presidencial da ministra da Casa Civil.
F.Online