Toda a situação foi criada pelo jogador…
Goleada sobre o Atlético Mineiro, por 4 a 0, foi uma demonstração clara que o Palmeiras não precisa de Dudu. A presidente Leila foi obrigada a aceitar seu retorno, depois dele ter negociado com o Cruzeiro e recuado. Mas a sensação de ‘traição’ permanece. Contrato vence em 2025
Dudu foi humilhado pela direção do Cruzeiro depois do recuo, de desistir de jogar em Belo Horizonte, depois de seu empresário, André Cury, ter acertado tudo financeiramente entre o clube mineiro e o Palmeiras.
Negociação fechada por R$ 21 milhões.
Contrato de quatro anos.
A presidente Leila Pereira quando soube do recuo de Dudu, não retirou uma sílaba das duas declarações que deu publicamente.
“O ciclo dele no Palmeiras acabou. E porque ele quis. Procurou e se acertou com outro clube. Ele deveria cumprir o prometeu.”
Só que Dudu mostrou toda a sua insegurança, falta de rumo, imaturidade, ontem à noite.
Como um juvenil, disse que não queria ir mais para o Cruzeiro e ficaria no clube onde sabe não ter mais espaço.
“Foram dias intensos, bem angustiantes e resolvi me pronunciar somente após pensar muito e conversar bastante com a minha família. Realmente, recebi uma proposta muito boa e fiquei balançado. Talvez, eu nunca mais receba uma oportunidade como essa
“Foram dias intensos, bem angustiantes e resolvi me pronunciar somente após pensar muito e conversar bastante com a minha família. Realmente, recebi uma proposta muito boa e fiquei balançado. Talvez, eu nunca mais receba uma oportunidade como essa – diz o texto.
“Mas sinto que, nesse momento, ainda não é hora de encerrar o meu ciclo no Palmeiras.”
Toda a situação foi criada pelo jogador.
Cury procurou Alexandre Mattos, executivo do Cruzeiro. A ideia de ter Dudu foi aceita imediatamente. Seria o ídolo para concorrer com Hulk, do rival Atlético.
Dudu queria sair porque sabia que estava cada vez menos nos planos de Abel Ferreira. A situação já estava ruim antes de agosto de 2023, quando teve uma grave contusão no joelho direito, que o tirou dos gramados por dez meses.
Ele reencontra o Palmeiras em plena reformulação no elenco. E percebeu que seu nome não era primordial. Daí a ideia de ir embora. E ter, aos 32 anos, contrato de mais quatro anos, foi tentador demais.
Dudu esperava que Leila e Abel Ferreira iriam implorar para que ficasse, não fosse ao Cruzeiro. Não foi nada o que aconteceu. Mesmo assim, faltou convicção, coragem para começar uma nova viva em Belo Horizonte. Não quis virar as costas à estrutura mais do que organizada, moderna, do Palmeiras.
Só que tomou a atitude depois da notícia vazada.
O seu ‘fico’ de ontem à noite foi visto como covardia por parte da direção do Palmeiras.
Principalmente por Leila, que é empresária, e não aceita quebra de palavra.
Ainda mais depois do profundo movimento da Mancha Verde nesta reviravolta.
Os ex-presidentes Paulo Serdan e Alexandre Guerra convenceram Dudu a ficar no Palmeiras.
A situação atual é clara.
Sem Dudu, o Palmeiras tem jogado de maneira mais que objetiva, coesa, um futebol moderno, onde impera o conjunto. Os dribles em velocidade são usados em benefício da equipe.
Abel também exige a recomposição, a marcação forte sem a bola.
Ou seja, rendimento físico fortíssimo, que Dudu já não conseguia acompanhar no ano passado, sendo constantemente substituído.
O treinador português é muito prático.
E apesar de Leila Pereira ter o seu aval para liberar o jogador ao Cruzeiro, ele sabe que o atacante recuou.
E tem contrato até dezembro de 2025.
Não há o que fazer.
Vai recolocá-lo no grupo.
E exigir o máximo do seu rendimento.
Se não conseguir jogar melhor que seus companheiros, será reserva e ponto final.
Não terá tratamento especial por ser ídolo.
Muito pelo contrário, até.
Será cobrado tanto quanto os demais.
Só que Leila Pereira segue inconformada.
São duas situações.
Não aceita o recuo de quem deu sua palavra ao Cruzeiro.
Ela acredita muito em Alexandre Mattos, quando ele disse que Dudu havia dito ‘sim’ ao Cruzeiro.
A dirigente já tem relação desgastada com Dudu.
Na última antecipação de renovação de contrato, ele exigiu ficar em 2025.
Mas ficaram arranhões no acordo fechado em dezembro de 2022.
Leila se sentiu muito pressionada, já que o jogador tinha contrato em vigência.
Mas exigiu prorrogar o vínculo e ganhar mais.
A presidente sempre consulta Abel Ferreira quando o clube em proposta para algum jogador.
Desta vez, vai agir diferente.
Como já sabe que Abel Ferreira não o considera primordial, como, por exemplo, Gustavo Gómez, vai acionar empresários para buscar propostas para Dudu.
Seu preço será o mesmo acertado com o Cruzeiro: R$ 21 milhões.
Leila tem certeza que o jogador já percebeu que perdeu muito respeito como atleta palmeirense.
Para ela pouco importa o apoio da Mancha Verde, principal organizada, que tem relacionamento rompido.
A partir de hoje, Dudu está no mercado.
Todas as propostas serão levadas em consideração.
Analisadas com atenção.
E passadas a André Cury e ao jogador.
Por sinal, o empresário considerou um erro Dudu ficar no Palmeiras.
No Cruzeiro, ele teria todo o apoio de Alexandre Mattos.
Agora, ficará no Palmeiras, sem o suporte de Leila ou de Alexandre Barros.
Abel manterá sua relação profissional.
E já avisou ontem, após a goleada do Palmeiras.
“Só jogará como titular quem merecer.”
Ou seja, ninguém atuará apenas com o nome.
Dudu agiu como um menino nessa transação.
Se queimou com o Cruzeiro, que tanto o desejava.
E ligará no Palmeiras, que o queria longe, trocado por 21 milhões de dólares.
Além de se livrar de R$ 2,1 milhões de salários, a cada 30 dias.
Aos 32 anos, Dudu agiu como se tivesse 12, com sua indefinição.
Suas reviravoltas.
E vai pagar por isso…
R7-Esporte