Palmeiras vai perdendo fôlego na briga pela conquista do Brasileiro. Tomou virada do fraco América Mineiro. Juiz prejudicou o time. Mas postura medrosa, defensiva, foi fundamental para a derrota por 2 a 1
O Palmeiras entrou em campo contra o América ontem sabendo que o Atlético Mineiro havia desperdiçado dois pontos diante do lanterna do Brasileiro, a Chapecoense. E que o Flamengo também caminhava para só somar um ponto diante do Red Bull Bragantino.
A vitória contra o América Mineiro era obrigatória, na luta pelo título. A chance era excelente para se aproximar do líder e se manter à frente do clube de Renato Gaúcho.
Mas o Palmeiras perdeu a partida que não poderia. No estádio Independência, em Belo Horizonte, foi prejudicado pela arbitragem de Leandro Vuaden.
Aos três minutos do segundo tempo ele não expulsou o zagueiro Eduardo Bauermann, que segurou Rony, quando ele estava cara a cara com o goleiro Matheus Cavichioli. Em vez do obrigatório cartão vermelho, o amarelo.
O América ficaria com um jogador a menos e perdendo a partida, àquela altura, por 1 a 0.
Esse lance é fundamental.
Mas o que precisa ser levado em consideração é a postura, a falta de atitude, o defensivismo do Palmeiras de Abel Ferreira. Diante de um time inferior. O América teve 60% de posse de bola, chutou 26 bolas ao gol de Jailson. Enquanto o finalista da Libertadores se contentou com 40% de posse de bola e só dez arremates.
No final, a frustrante derrota por 2 a 1. E a queda para a terceira colocação no Brasileiro. Com o Atlético Mineiro chegando a 11 pontos de vantagem na liderança, com os mesmos 23 jogos.
O título do Brasileiro está ficando cada vez mais distante.
Abel Ferreira fez o que se esperava. Colocou a culpa da derrota em Vuaden.
“Há fatores que nem jogadores ou treinador controlam e que condiciona o resultado. Urge a arbitragem ser profissional e não amadora, se queremos melhorar o futebol brasileiro.
“Não tenho nada contra o Vuaden, mas desejo que não apite o Palmeiras. Na decisão da Supercopa do Brasil contra o Flamengo, foi o que foi. Contra o São Paulo, pênalti claro em Luiz Adriano e não viu. Hoje, vermelho direto no homem que fez falta no Rony. Há fatores que influenciam muito no resultado. E que não dependem do treinador ou dos jogadores.”
“O VAR chamou o senhor árbitro para os dois pênaltis (ao América-MG), devia chamar para a falta no Rony, que estava isolado, cara a cara com o goleiro. Eu não sou árbitro, uma pena que o VAR estava ocupado comendo pipoca e não viu o que todos viram. Teve interferência direta (na derrota).”
O desabafo do treinador tem razão de ser.
Mas assim também como a postura medrosa de um time muito superior ao outro. E precisando vencer para brigar pelo título. O português não deixou passar a chance e cobrou a diretoria palmeirense, que não deu os reforços que ele implorou desde o início do ano.
“Que fique claro: Não sou eu que escolho a forma de jogar. São as características dos jogadores. Se virem os treinos, treinamos ataque posicional.
“Há questões de ordem mental que tem a ver com coragem para jogo.
“Lembro do Ademir (atacante do América, pedido pelo técnico, mas que o Palmeiras não conseguiu contratar). Fez um grande jogo, assumiu, arriscou.
“Não vejo os jogadores do Palmeiras piores que ele. Temos é que ter coragem de assumir o jogo, ter a bola, mostrar o jogo. Há muito espaço para melhorar. Nunca enganei ninguém.”
Abel não vai assumir publicamente.
Mas ele sabe: o sonhado título brasileiro de 2021 está cada vez mais longe.
Não é por culpa de Leandro Vuaden.
Mas dos dirigentes que não contrataram reforços.
E por Abel que não consegue fazer o elenco milionário render.
Já são quatro jogos sem uma mísera vitória…
Cosme Rímule.R7