O Santos bem que tentou e chegou até a abrir o placar, mas não foi páreo para o poderio do líder do Campeonato Brasileiro. O Palmeiras mostrou que tem atualmente o melhor time da competição e venceu o clássico deste domingo por 3 a 1, de virada. Deixou a Vila Belmiro com os mesmos cinco pontos de vantagem da rodada passada: são 53 contra 48 do vice-líder São Paulo. Já o Santos segue com 36, em 12º lugar.
Muricy Ramalho venceu o duelo com Vanderlei Luxemburgo e viu seu time ganhar uma partida por dois gols de diferença pela primeira vez desde que assumiu o cargo, há 12 rodadas. Já o santista viu praticamente acabar o seu sonho de chegar o G-4.
Muita correria, pouco futebol
O primeiro tempo deixou clara a diferença técnica entre as duas equipes. O Santos tentou tomar a iniciativa, mas contava apenas com lampejos – ora de Madson, em jogadas individuais, ora de Neymar, com algum passe tirado da cartola. Ficou evidente a falta que faz Paulo Henrique Ganso, o articulador das jogadas, que está na seleção sub-20.
A única jogada correta organizada pelo ataque do Santos saiu aos oito minutos, quando Germano apareceu de surpresa na área do Palmeiras, aproveitou passe de Neymar e chutou. A bola foi por cima.
A partir dos dez minutos, o Palmeiras começou a controlar a posse de bola e ameaçar o gol de Felipe – primeiro em chutes de fora da área de Diego Souza. Aos 11, ele mandou uma bomba e obrigou Felipe a se esticar para defender.
Aos poucos, o Palmeiras foi achando espaços pelas laterais. Armero e Figueroa chegavam à linha de fundo sem serem incomodados e passaram a cruzar bolas na área. A zaga tinha muito trabalho, mas conseguia cortar. Acuado, o Santos tentava ao menos encaixar algum contra-ataque, mas o meio de campo palmeirense vigiava de perto Madson e Neymar. Kléber Pereira, por sua vez, só teve seu nome citado na divulgação das escalações.
A situação dos donos da casa se complicou quando Fabão e George Lucas deixaram o gramado, machucados. Foram substituídos, respectivamente, por Astorga e Luizinho. O primeiro não comprometeu. Com o lateral, o time perdeu a qualidade no passe. Ele chegou perto da linha de fundo por três vezes, mas errou todos os cruzamentos.
Para sorte dos alvinegros, Diego Souza e Cleiton Xavier não fizeram um bom primeiro tempo: o primeiro só apareceu nos chutes, e o segundo se limitou a passes burocráticos.
Emoção na segunda etapa
Os times voltaram do intervalo dispostos a passar uma borracha no primeiro tempo. O Santos, que terminou a etapa inicial acuado, voltou do intervalo partindo para o ataque por todos os lados. Luizinho, que entrara mal no primeiro tempo, mostrava velocidade pela direita, deixando Armero para trás.
E foi assim que o ala abriu o placar, aos nove minutos. Ele aproveitou bela jogada de Neymar pela esquerda e encheu o pé direito. A bola ainda desviou em Armero antes de estufar a rede de Marcos.
O gol santista acordou o Palmeiras. Com Robert no lugar de Obina, a equipe de Muricy Ramalho ganhou mobilidade e passou a aproveitar melhor espaços deixados pelo adversário. Aos 18, Figueroa cobrou falta da direita e achou Diego Souza na área. O meia ganhou de dois marcadores pelo alto e cabeceou firme, empatando a partida.
O jogo tornou-se franco e emocionante. O Santos não se intimidou com o empate do líder e continuou em cima. Luxemburgo sacou Pará do jogo e mandou o time ao ataque escalando o meia-atacante Felipe Azevedo. Aos 24, ele cruzou da direita, Kléber Pereira deixou passar, e Neymar, livre, tentou colocar no ângulo esquerdo, mas errou o alvo.
O líder deu a resposta e conseguiu a virada. A zaga santista deixou Diego Souza dominar dentro da área. Erro fatal. O meia conseguiu se livrar de dois marcadores e chutou cruzado. Robert esticou a perna e fez 2 a 1.
Com o meio-campo escancarado, já que Pará era quem melhor marcava, os palmeirenses tiveram os espaços que faltaram na primeira etapa. Aos 31, Diego Souza e Cleiton Xavier vieram tabelando desde a intermediária. Cleiton rolou a bola para Robert, que ganhou de Triguinho e jogou por baixo das pernas de Felipe. Antes que a bola cruzasse a linha, Vagner Love apareceu para assumir a autoria do gol.
Aos 41 minutos, Maurício derrubou Neymar na entrada da área. O árbitro assinalou pênalti, mas foi avisado pelo auxiliar que a falta havia sido fora da área. Após reclamações santistas, Madson cobrou a infração na cabeça de Felipe Azevedo, que desviou. Marcos fez grande defesa. Ao final da partida, santistas protestaram com gritos de guerra contra a diretoria. Luxemburgo foi poupado.